Por Renato Vargens
Antes de qualquer coisa gostaria de fazer algumas afirmações:
Creio na unidade da Igreja Evangélica, porém, tenho plena convicção que nem toda igreja que se diz evangélica de fato o é. Recuso-me a acreditar que comunidades que comercializam a fé, vendem indulgências, além de criar doutrinas que afrontam as Escrituras Sagradas em seus aspectos fundamentais , possam ser consideradas cristãs.
Diante disto afirmo que a unidade da Igreja é bíblica, contudo, o denominado ecumenismo gospel é repulsivo e incoerente. Infelizmente não é possível acreditarmos na unidade entre igrejas sérias com igrejas falsas, cujo ensino é ensimesmado, aproveitador e antropocêntrico. Ora, os cristãos verdadeiros não negociam a fé, não comercializam Deus, não vendem produtos mágicos, não servem a Maria, nem tampouco adoram a santos. Os verdadeiros cristãos não inventam esquisitices e aberrações teológicas como decretos e determinações espirituais. Os verdadeiros cristãos são éticos, honestos em suas posturas e comprometidos com a verdade e o evangelho de Cristo. Os verdadeiros cristãos zelam pela sã doutrina e repudiam as novas e fantasiosas teologias. Os verdadeiros cristãos não relativizaram a Palavra de Deus, antes pelo contrário, pregam e vivem as Escrituras Sagradas em todo o tempo e momento fazendo delas sua única e exclusiva regra de fé.
Isto posto, gostaria de forma prática e objetiva apontar os quatro principais motivos que impedem a unidade dos pastores evangélicos que fazem parte das verdadeiras igrejas evangélicas. Vale a pena ressaltar que acredito na existência de outras razões, todavia, julgo que estas sejam as que estejam em maior evidência.
1- A beligerância desnecessária diante de doutrinas não fundamentais.
Lamentavelmente parte dos pastores evangélicos ainda brigam por questões desnecessárias. É comum vermos lideres discutindo sobre a forma de batismo, sobre o estilo do louvor, sobre a liturgia empregada no culto ou na sistematização de suas doutrinas. Nesta perspectiva, ainda encontramos calvinistas e arminianos engalfinhando-se uns com outros na expectativa de que sua percepção teológica prevaleça sobre a do outro.
2- O personalismo exarcebado por parte de alguns pastores evangélicos.
Infelizmente boa parte dos pastores que alcançaram proeminência no ministério são personalistas. A Impressão que passam é que nada de especial no Reino pode acontecer sem a sua concordância, aquisciência e participação. Para tanto, exigem proeminência nos projetos, rejeitando assim, envolver-se com qualquer outra atividade onde seu nome não esteja entre os articuladores. Nesta perspectiva, é absolutamente comum percebermos muitos destes não se envolvendo nos projetos de outros pastores, simplesmente pelo fato de não ser ele o principal articulador dos eventos em questão.
3- Por acreditarem que os seus projetos pessoais estão acima do Reino.
Por mais incrivel que possa parecer existem inúmeros pastores que só se preocupam com os seus objetivos eclesiásticos e denominacionais. Para estes o que importa é atingir os alvos propostos por sua igreja ou denominação, excluindo assim de sua "agenda" qualquer atividade que venha prejudica-lo em sua partidária missão.
4- Em virtude do seu anafalbetismo bíblico e doutrinário.
O desconhecimento das Escrituras, bem como o fato de ignorar os pressupostos neo-testamentários tem feito uma quantidade enorme de pastores ignorarem o principio de unidade da igreja. A consequência direta disso é o surgimento de líderes que se consideram acima do bem e do mal e que em nome de uma espiritualidade opaca, vivem um cristianismo desprovido de relacionamentos saudáveis.
Pois é, de fato vivemos dias dificeis, no entanto, acredito que se os pastores de igrejas sérias se unirem obedecendo as ordens explícitas de nosso Senhor, priorizando o Reino em detrimento de seus projetos pessoais experimentaremos em nosso país um novo e diferente momento.
Renato Vargens
Muito bom, Renato! realmente muito bom o post, pena que muitos desses pastores não vão ler rsrsrsrs, mas tudo bem.
Meu comentário aqui não é só pra elogiar seu texto, mas é que vi que ele tem muito a ver com um Movimento que Deus começou aqui em minha cidade, A Junção da Igreja.
Se você se interessar, procure no youtube dois vídeos que fizemos e que dão uma primeira explicação a respeito desse movimento (O que é a Junção da Igreja e #juncaodaigreja: Ecumenismo? - são os títulos dos vídeos), no mais, estou aberto a conversa, principalmente porque vi uma preocupação comum em nós com o relacionamento das igrejas.
Se possível, siga-nos no tuíter para mais informações: @juncaodaigreja
Deus abençoe você.
Entre as razões citadas, o culto ao personalismo, na minha opinião, é um obstáculo à unidade e ao engajamento em projetos a favor do Reino. É uma lástima.
Um exemplo disso é a luta quase solítária do Pr Antônio Carlos, na Rio de Paz, na defesa dos direitos humanos. Percebo que ele não encontra o apoio necessário por parte de muitos pastores, na maioria dos casos, por ser este um projeto que não promove personalidades, mas a defesa de vidas que vivem no anonimato das periferias urbanas.
Abração de paz, pr Renato!
Maria Cláudia Reis Ferraz - Niterói
Muito bom.
Minha experiencia minha experiencia pessoal atesta estes pontos. Principalmente o numero 2.
Se eu pudesse, no entanto, acrescentaria mais um: dinheiro...
Excelente texto, posso declarar que concordo com o que foi dito.
Que Deus tenha misericórdia da igreja e de seus pastores.
Um abraço, Aracy
Concordo que os verdadeiros cristãos, são honestos, coerentes,os cristãos verdadeiros não negociam a fé, não comercializam Deus, não vendem produtos mágicos, não servem a Maria, nem tampouco adoram a santos. Os verdadeiros cristãos não inventam esquisitices e aberrações teológicas como decretos e determinações espirituais. Os verdadeiros cristãos são éticos, honestos em suas posturas e comprometidos com a verdade e o evangelho de Cristo. Os verdadeiros cristãos zelam pela sã doutrina e repudiam as novas e fantasiosas teologias. Os verdadeiros cristãos não relativizaram a Palavra de Deus, antes pelo contrário, pregam e vivem as Escrituras Sagradas em todo o tempo e momento fazendo delas sua única e exclusiva regra de fé.
MAS QUEM ENCONTRAR ESSES CRISTÃOS EVANGÉLICOS ME DE O ENDEREÇO.
Pr. Renato, várias vezes já me peguei pensando neste assunto. Se a igreja que Deus vem buscar é uma só, porque tantas divisões? O que vejo é que a linha que separa as igrejas sérias uma das outras é a mesma que as separa das falsas e por isto existe o receio por parte da liderança. Exemplo, uma igreja que não crê na atualidade do dons espirituais, quando abre mão disto para juntar-se a outra que crê, corre o risco de abrir a porta para correntes contrárias e como evitar? Outrossim, imagina uma irmã 50 anos em uma igreja pentecostal (faço parte de uma), e disserem para ela que tudo o que ela aprendeu sobre uso e costumes agora não tem validade como ela vai reagir? E o esforço que ela fez? Não estou dizendo que concordo, mas estou usando estes exemplos, pois existem. Temos visto mudanças, mais ainda é pouco. Na própria internet, os blogs, tem quebrado barreiras entre as diversas denominações. Independente de tudo oremos pela unidade da igreja de Cristo, para que todas as barreiras sejam quebradas e que seja de forma sábia sem causar tanto sofrimento.
Que Deus vos abençoe!
Fabio
Pr. Renato...
Acompanho seu blog há muito tempo e sempre indico suas postagens a amigos meus...
Essa em particular será um presente para um amigo que é pastor de uma igreja que ajudo, e que está enfrentando esse problema. Por isso tomei a liberdade de postar este artigo em nosso blog, com os devidos créditos.
Aqui em minha cidade (Jaguaquara/Ba)é difícil achar uma "igreja verdadeira",nossos arraiais foram saqueados pelo neopentecostalismo.
Fabio Luiz escreveu: porque tantas divisões?
Motivo: Invenção da Sola Scriptura, livre exame.
TRISTE, mas real. Só não vê quem é cego.
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