terça-feira, dezembro 15, 2009

O neopentecostalismo e o autoritarismo eclesiástico.


Por Renato Vargens

Não possuo a menor dúvida de que uma das principais caracteristicas do neopentecostalismo é o de "sacerdotizar" a Igreja. Os neopentecostais pregam e vivem uma estrutura sacerdotal, papal, apostólica e hierárquica, onde as ordens dadas pelos "pastores" são em boa parte arbitrárias e inquestionáveis. Além disso a eclesiologia neopentecostal é autoritária e centralizadora, cujo poder encontra-se na mão de uma pessoa somente.

Para piorar a situação, os denominados ungidos do Senhor  mandam e desmandam na vida alheia intromentendo-se na vida comum do lar dos membros de suas igrejas. Tais homens, como ditadores da fé, têm feito do rebanho de Cristo propriedade particular. Além disso, os ungidos em questão, sem o menor constrangimento “militarizaram” a comunidade dos santos, obrigando a seus liderados a se submeterem sem questionamento as suas ordens e determinações.
 Em estruturas como estas, é absolutamente comum exigir dos crentes submissão total. Em tais comunidades a vida cristã é regida exclusivamente por um sistema onde coronelismo e arbitrariedade se misturam. Infelizmente, aqueles que porventura ousam opor-se a este estilo de liderança, sofrem sanções das mais estapafúrdias possíveis, até porque na perspectiva neopentecostal o líder tem autoridade para interferir na música que toca na casa do crente, nas visitas que ele recebe, ou até mesmo se deve ou não comemorar o Natal.
 Caro leitor, a Bíblia não concede aos pastores autoridade para interferir na vida comum do lar. Os pastores não possuem poder para determinar se o membro de sua igreja pode ou não armar uma árvore de natal, ou assistir ou não os filmes da disney, ou  ouvir música que não seja evangélica.

Isto posto, afirmo que do ponto de vista bíblico o conceito de autoridade jamais  deve ser confudido com autoritarismo e que na casa do crente, o pastor não tem o poder de determinar o que pode ou não pode ser feito.
Pense nisso!

Renato Vargens
Fernanda Santiago Valente disse...

Olá pastor, infelizmente tenho visto este tipo de atitude acontecer nas igrejas. Não pode fazer nada. Se você tem um projeto, uma ideia para passar... primeiro tem que falar com o líder, que muitas vezes, não aceita mudanças porque a ideia não foi dele. É horrível isso. Fora, que para ser santo, o crente tem que avisar ao líder tudo o que vai fazer ou decidir em sua vida, simplesmente porque se não fizer isso, não será abençoado. É um absurdo. Se Jesus colocou algo no meu coração, creio que não seja preciso ficar pedindo autorização a homens. Se eu errar, creio que seja para aprender.
Bom, não foi para discutir este texto que lhe escrevo, mas achei ótimo o assunto. Eu te achei no blog Pulpito Cristão e gostei muito do texto que fala sobre o Natal. Eu sou de Santos e tenho um jornal. Gostaria de receber a sua autorização para publicar aquele texto, com todos os créditos para a sua autoria. Ficarei muito agradecida com uma possível resposta. Um grande abraço, Deus te abençoe!

renato vargens disse...

Oi Fernanda,

Obrigado pelo comentário. Infelizmente vivemos dias complicados.Fique a vontade! Pode publicar o texto em seu jornal. A propósito: Qual o nome dele?

Abraços,

Renato Vargens

Vivendo Profeticamente disse...

Quem são as Autoridades Delegadas na Igreja?


Cristo : Ef 1.20-22.
Palavra : Mt 7.24; Jo 15.10; Cl 3.16-17. Ninguém pode dizer que é submisso a Cristo e sua igreja se não obedece à palavra do Senhor.
Apóstolos : At 2.42; 20.17; 2Ts 3.4,6,10,12; 2Co 11.34; 16.1; Tt 1.5. Os apóstolos determinavam a doutrina e usavam amplamente a autoridade que Deus lhes havia outorgado. A igreja continua necessitando desse ministério. Continua precisando que os apóstolos ordenem tudo, estabeleçam o reino de Deus com clareza e firmeza.
Pastores : Ef 4.11, 1Tm 5.17. Estes, como os apóstolos, profetas e evangelistas, são ministérios específicos de governo e têm a responsabilidade de manterem o ensino, a visão, a doutrina sempre firmemente claros, cuidando para que não percam sua consistência, e fiquem fofos.
Paterna : Ef 5.22-24; 6.1-3; 1Co 11.3. O homem é o cabeça, autoridade delegada por Deus no seu lar, isto porque o Senhor assim o constitui para o desenvolvimento harmônico da família. O homem não deve ser "ditador" nem tão pouco um "frouxo". Ele deve ordenar, governar sua casa dentro dos princípios divinos, com amor. O cabeça deve sempre procurar escutar o ponto de vista de sua esposa. E a mulher deve deixar com o marido a responsabilidade da decisão. A mulher e os filhos precisam da proteção e da autoridade do esposo e pai em todas as áreas de suas vidas. É assim que Deus determinou, mesmo que ele, marido ou pai, seja incrédulo.
Guias : 1Co 16.16; 1Ts 5.12-13; Hb 13.17. Todos devem estar ligados por "juntas" ou "ligamentos", no corpo de Cristo (1Co 12.12-13). São estes que nos unem ao corpo, nos presidem e nos fazem conhecer as ordens do cabeça, nos ensinam e nos conduzem, guiando-nos no caminho do Senhor , sem necessariamente serem pastores. Isto faz um corpo coeso e firme.
Uns Aos Outros : Ef 5.21; 1Pe 5.5. Isto embeleza a casa de Deus. Livra a igreja de uma hierarquia religiosa. Todos se comunicam entre si compartilhando a palavra do Senhor, aconselhando ou mesmo corrigindo uns aos outros.

Vivendo Profeticamente disse...

Ser submisso não aniquila, nem castra a personalidade de ninguém. Pelo contrário, realça a vida de qualquer um. Cristo foi o tempo todo submisso, humilde, sempre servindo. E o que ocorreu com Ele? Jesus Cristo recebeu o nome que está acima de todo nome (Fp 2.9).

"As palavras que vos digo não vos digo por mim mesmo" (Jo 14.10). Os escribas eram "papagaios", mas Jesus tinha autoridade porque estava sob a autoridade do Pai (Mc 1.22). A autoridade que tinha para perdoar os pecados vinha da submissão ao Pai (Mc 2.10). A autoridade dinâmica que Jesus teve extrapolou as tradições. Teve coragem para isto, porque estava sempre sob a autoridade do Pai (ex.: os cambistas no templo, Jo 2.13-16).

Deus quer uma família de muitos filhos semelhantes a Jesus, por isso nos coloca a todos sob o seu princípio de Autoridade e Submissão. Aleluia!

Antonio Mano disse...

Infelizmente, o que foi descrito não é exclusividade neopentecostal.

Wilson S. Bento disse...

Este mal tem se alastrado, inclusive para as igrejas chamadas históricas. Com a pregação da Palavra sendo abolida dos púlpitos, e substituída por conceitos humanos do bem viver, como auto ajuda, e positivismo, os membros dessas 'igrejas' serão cada vez mais manipuláveis.
Muito bom alerta!!

Wagner Santana disse...

A Paz Pastor Renato

Os chamados "anjos da igreja" confundem e fazem confundir a autoridade espiritual com o autoritarismo humano...

Pena que temos que contemplar estes absurdos em nossas igrejas...

Que Deus se apiede de todos nós...

Em Cristo

Wagner Santana - Santo André-SP

Jonis disse...

A Paz do Senhor.

Mas, se eles mandam, é porque há pessoas sem personalidade e sem capacidade de discernimento. Mas isso é um mal do nosso tempo. A Bíblia fala do ótimo exemplo dos bereanos contudo, os crentes góspeis preferem que outra pessoa pense por eles. Mas, o mais nefasto nisso é quando se abre a Bíblia, comenta-se sobre uma determinada passagem e um crente gospel pergunta "Há algum pastor que concorda contigo?". Gente, tudo bem qu há passagens difíceis na Bíblia, mas necessitar que um pastor confirme o que está sendo explanado demonstra 2 coisas:
- Dependência intelectual - O crente gospel não pensa porque precisa que o pastor diga que está certo. Imagine o dia que o pastor disser que Jesus não é Deus? Vai ser um monte de aleluia dos crentes góspeis porque o pastor falou...
- Não importa o que é dito pelo outro. Sem título eclesiástico, o que for dito não é aceito até alguém dar "peso" aos seus comentários.
Como cantaria a banda Metallica: Triste, mas verdadeiro.

Luiz Carlos 0053@ disse...

Repassando:
Autoritarismo Protestante, Frutos da Reforma Cambeta.
Espero que todo aquele que se julga cristão/ evangélico/ protestante/ reformado/ pentecostal, chegue ao pleno conhecimento de que:
01 - a reforma fez reparos no chamado Cristianismo, porém não o conduziu ao que vemos nos meandros dos chamados ‘Atos dos Apóstolos’;
02 - a reforma fez reparos em algo que nunca foi o sonho de Deus, porém, ao menos, atenuou, para alguns, a perversão cristã institucional;
03 - a reforma foi tão fugaz que apenas abandonou a mariolatria em função da adoção da bibliolatria. Por não se esvaziar do desejo idolátrico instalado na alma, muita coisa apenas mudou de matiz;
04 - a reforma é tão circunscrita, que apenas tange uma tentativa de resolver um problema do Cristianismo, porém se torna insignificante caso fosse posto como algo crucial para o reino dos céus;
05 – a reforma transformou a água institucional em vinho institucional, porém o tal vinho não é o ‘Vinho da Vida’; não é nada além ‘dum ente’ que pode ou não ser visitado pelo Vinho da Vida, pode ou não se assemelhar com Aquele que, também, é o grande Vinicultor e Enólogo;
06 – a reforma aconteceu para tentar dar vida a algo que surgiu como organização cristã e que apenas serve para comportar um pequeno grupo dos filhos de Deus, filhos estes, que se espalham por este mundo, desde a sua fundação, há bilhões de anos;
07 - a reforma aconteceu na igreja católica e não na Igreja de Cristo, até mesmo porque na de Cristo, a sua demografia é incoleirável, impossível de se uniformizar, de se rebelar, de se perverter, de se tomar as rédeas e de se manobrar. A Igreja de Cristo reúne pessoas de toda cultura e credo, sendo que o único elo entre os tais é aquilo que é enxergado no coração de cada um e que revela 'quem o segue sem saber que o segue’ e ‘quem não o segue pensando que o segue’;
08 – a reforma mudou ritos e formas de se pensar e crer, porém a postura de se colocar como detentora da verdade, continuou;
09 – a reforma não foi uma evolução libertária de tudo aquilo que - já naquela época e não tão mais intensa que hoje – depreciava a mensagem do Evangelho e que também, ‘encarcerava’ Jesus dentro de uma caixa de promessa, de um gasofilácio, de um código interno, de uma interpretação ácida e determinista;
10 – a reforma não foi uma conversão coletiva, foi apenas uma convergência, ideologicamente, proposta como forma de se viver religiosamente sem aquilo que eles julgavam como contra-senso. Não foi um rompimento com a Babilônia, foi apenas uma concessão para continuar a viver debaixo de suas asas com autonomia para gerar sua própria virgem Maria, sua Inquisição, sua Soberania e sua Evangelicracia.
E todos nós, cristãos, somos filhos dela.
Ainda bem que Deus não faz acepção de pessoas,
Ele salva até cristão.
Abraços!

DIRLEY DOS SANTOS disse...

Meu amado amigo Pastor concordando plenamente contigo, gostaria de colocar algumas coisas. Primeiro, a luz de Rm 13, não há autoridade que não seja constituída por Deus. A maior das autoridades deve humildemente admitir que encontra-se onde se encontra pelo soberano estabelecimento de Deus (Dn 4: 34-37). Segundo, há governantes que promovem a justiça e outros a injustiça, e a maioria deles fazem ambas as coisas. Terceiro, a submissão ás autoridades humanas são relativas e não absolutas, dependendo se o que nos é exigido está em conformidade com a Palavra de Deus e o padrão de santidade exigido pelas Escrituras daqueles que amam o Senhor. E, em quarto lugar, se tivermos que desobedecer ás autoridades humanas sejam elas quais forem, até mesmo o pastor se for o caso, que isto seja feito para a glória de Jesus e não por nosso prórpios interesses, pois devemos sofrer como justos e não como malfeitores.

Levi B. Santos disse...

Pastor Renato Vargens


Como sempre aconteceu nos rebanhos pentecostalistas, as ovelhas são todas ouvidos para ouvir "Deus" falar com tremor e temor pela boca dos seus "ungidos".

Mudar essa tônica que vem do tempo do cristiansimo Paulino, é operação quase impossível.

Já está no inconsciente coletivo pentecostal, não questionar Deus na figura do seu suposto ungido ou sacerdote, como queiram rotular.

A confiança sincera em Deus foi substituída desde os tempos mais remotos pela submissão acrítica aos desmandos da casta sacerdotal despreparada.

Àquela relação irmão-irmão, amigo-amigo do tempo de Cristo, foi solapada e em seu lugar erigiram de novo a relação Vétero Testamentária do Deus dos exércitos que pune aquele que não obedece as órdens (absurdas) do "ungido do Senhor", a quem foi transferido o poder de abençoar e amaldiçoar.

Infelizmente, os líderes pentecostais, em sua maioria não gostam desse Deus apaziguado em sua ira, através de Cristo - Aquele que disse: quem for ofendido pelo inimigo,ofereça a outra face.

Infelizmente Pastor, as ovelhas foram educadas para nunca discutir o que a autoridade eclesiástica lhes ordena, essa é que é a verdade.

Romper esse padrão é tarefa quase inglória.
Infelizmente, Pastor as ovelhas estão adoecidas, cheias de neuroses imprimidas pelo Deus legalista que se relaciona com os seus servos como se precisasse adestrá-los.

Infelizmente grande parte das lideranças eclesiásticas quando confrontada com a realidade do mal coloca sempre a culpa na congregação.

Esses pastores desvairados e imaturos precisam ser tratados pela Psiquiatria, pois são neuróticos formando neuróticos, imbuídos de um sentimento onipotente e infantil, como se a vida fosse uma aventura sem percalços.

Sinto-me gratificado, Pastor, pela sua voz corajosa gritando no deserto desse cristianismo de fachada.

Saudações fraternas

Levi B. Santos (http://www.levibronze.blogspot.com)

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