Por Renato Vargens
Vivemos dias complicados na Igreja Evangélica Brasileira. Infelizmente o que vemos e ouvimos em nossos púlpitos é reflexo de uma impressionante miscelânea de doutrinas, credos e percepções religiosas.
Do Oiapoque ao Chuí encontramos inúmeras comunidades evangélicas pregando um evangelho deformado, esquizofrênico e ensimesmado onde o que mais importa é a satisfação do cliente.
Isto posto, ouso afirmar que estamos vivendo uma substancial crise de pregação. Infelizmente tanto no Brasil como no mundo, a pura ministração da Palavra de Deus é cada vez menos valorizada. Basta olharmos para as igrejas, que acharemos cultos com ênfase em prosperidade, cura, poder e re-té-té de Jeová.
Caro leitor, diante disto creio que mais do que nunca seja necessário ressaltarmos em nossos dias a importância das antigas doutrinas da graça. Até porque elas podem produzir um enorme bem a igreja brasileira. Como alguém já disse “é uma pena que essas doutrinas tenham sido largamente abandonadas. Precisamos considerá-las melhor, precisamos estudá-las mais profundamente, crer firmemente nelas e pregá-las com convicção, ousadia, sinceridade e graça, para o bem da Igreja, para a conversão dos perdidos e para a glória do nosso Deus.”
Depravação Total: Isso não quer dizer que todas as pessoas são tão más quanto elas poderiam ser. Significa, antes, que todos os seres humanos são afetados pelo pecado em todo campo do pensamento e da conduta, de forma que nada do que vem de alguém, separado da graça regeneradora de Deus, pode agradá-lo. À medida que nosso relacionamento com Deus é afetado, nós somos tão destruídos pelo pecado, que ninguém consegue entender adequadamente Deus ou os caminhos de Deus. Tampouco somos nós que buscamos Deus, e, sim, é ele quem primeiramente age dentro de nós para levar-nos a agir assim.
Eleição Incondicional: Uma ênfase na eleição incomoda muitas pessoas, mas o problema que as preocupa não é realmente a eleição; diz respeito à depravação. Se os pecadores são tão desamparados em sua depravação, como a Bíblia diz que são, incapazes de conhecer a Deus e relutantes em buscá-lO, então, o único meio pelo qual eles podem ser salvos é quando Deus toma a iniciativa de mudá-los e salvá-los. É isso que significa eleição. É Deus escolhendo salvar aqueles que, sem sua soberana escolha e subseqüente ação, certamente pereceriam.
Expiação Limitada: O nome é, potencialmente, enganoso, pois ele parece sugerir que os reformadores desejam de alguma forma limitar o valor da morte de Cristo. Não é o caso. O valor da morte de Cristo é infinito. A questão é saber qual é o propósito da morte de Cristo e o que ele realizou com ela. Cristo pretendia fazer da salvação algo não mais que possível? Ou ele realmente salvou aqueles por quem morreu? A Teologia Reformada acentua que Jesus realmente fez a propiciação pelos pecados daqueles a quem o Pai escolhera. Ele realmente aplacou a ira de Deus para com seu povo, assumindo a culpa sobre si mesmo, redimindo-os verdadeiramente e reconciliando verdadeiramente aquelas pessoas específicas com Deus. Um nome melhor para expiação “limitada” seria redenção “particular” ou “específica”.
Graça Irresistível: Abandonados em nós mesmos, nós resistimos à graça de Deus. Mas, quando Deus age em nosso coração, regenerando-nos e criando uma vontade renovada, então, o que antes era indesejável torna-se altamente desejável, e voltamo-nos para Jesus da mesma forma como antes fugíamos dele. Pecadores arruinados resistem à graça de Deus, mas a sua graça regeneradora é efetiva. Ela supera o pecado e realiza os desígnios de Deus.
Perseverança dos Santos: Um nome melhor seria “perseverança de Deus para com os santos”, mas ambas as idéias estão realmente juntas. Deus persevera conosco, protegendo-nos de deixar a fé, que certamente aconteceria se ele não estivesse conosco. Mas, porque ele persevera, nós também perseveramos. Na realidade, perseverança é a prova definitiva de eleição.(1)
Pense nisso!
Renato Vargens
(1) Bíblia de Genebra
(1) Bíblia de Genebra
Foi o SENHOR que me escolheu, escolheu você, e aqueles que perseverarem na fé, herdarão o reino dos céus.
Obrigado DEUS, obrigado JESUS.
Gilbert Raposo, um aprendiz em Cristo Jesus.
A pregação fiel das Escrituras nunca se tornou tão relevante nos dias de hoje.
E estes cinco pontos nos dão uma boa ferramenta para expormos aos homens a miséria em que eles nasceram (deravação total); expormos a obra de Deus realizada na eternidade e operada no tempo (eleição incondicional/expiação limitada/graça irresistível); e, por fim, expormos a condição gloriosa resultante dessa obra divina (perseverança dos santos).
Sempre digo que os Cinco Pontos do Calvinismo é um resumo da "história" da espiritualidade do homem. O homem começa a sua história "morto", depois ele passa por um proceso de transformação e firmeza espirituais e termina sua história num estado antagônico em que nasceu: vida eterna permanente!
É a mensagem que o mundo precisa ouvir.
Pr. Renato por favor, não se irrite comigo. Tenho "questionado" algumas de suas postagens mas, apenas estou tentando entender algumas coisas. Estou aberto a mudar alguns conceitos, e até algumas convicções, desde que me provem o contrário e principalmente se Deus assim quiser. Quero deixar claro que acredito que o homem realmente, não consegue se salvar por suas obras. Entendo que é pela Graça de Deus.
Porém, tenho algumas questões que ainda não entendo, ou não consigo aceitar...
Eis algumas:
1- Claro que Deus é soberano e faz o que quer, por isso não podemos dizer que Deus estaria sendo injusto. Ele não tem nenhuma obrigação de salvar o ser humano, porém é difícil aceitar que Ele "não queira" salvar alguns.
2-Uma pessoa pode servir a Deus com o coração sincero, durante a vida toda e no final de tudo e contudo não ser um eleito?
3-Para que evangelizar, se Deus tem seus escolhidos? Mesmo que a pessoa não ouça a mensagem do Evangelho, sendo um escolhido... será salvo... Quem vai impedir a vontade de Deus?
4-Se não se perde a Salvação, que lugar ocupam o arrependimento e o pedido de perdão do salvo? Pois ainda somos imperfeitos e estamos sempre suscetíveis ao erro.
5-Se concordamos que nossas súplicas não mudam (por Sua infinita misericórdia) a vontade de Deus em algumas situações, que lugar ocupa este tipo de oração?
Em tempo, quero deixar claro que, estas questões não chegam a ser cruciais para minha vida com Deus.
Não me impedem de adorá-lO, de querer servi-lO, de crer que sou salvo, nem de ser uma testemunha dEle. Porém, vez por outra estas questões vem a baila... Sabendo que em centenas de anos, se não me engano, alguns já morreram e mataram por elas...
Grande Abraço,
Carlos Gomes
Querido Gomes,
De maneira alguma estou chateado com vc. É um direito seu questionar e entender.
Agora é um assunto VASTO e LONGO.
Que tal combinarmos um bate-papo a respeito?
Abraços,
Renato VArgens
Postar um comentário