quinta-feira, maio 28, 2009

Um Cristianismo cujo louvor é antropocêntrico

Renato Vargens

Ultimamente tenho pensado nas canções cantadas em nossas igrejas. Aliais, vale a pena ressaltar que a esmagadora maioria dos denominados cultos evangélicos dedicam muito mais tempo a música do que qualquer outra coisa. Infelizmente os louvores cantados em nossas reuniões são extremamente antropocêntricos, o que nitidamente se percebe em nossos encontros congregacionais. Se fizermos uma análise de nossas liturgias chegaremos a conclusão que boa parte das canções que entoamos são feitas na primeira pessoa do singular, cujas letras prioritariamente reivindicam as bênçãos de Deus.

Pois é, numa liturgia preponderantemente hedonista, os evangélicos são extravagantes, querem de volta o que é seu, necessitam de restituição, determinam a prosperidade, tocam no altar, pedem chuva, cantam mantras repetitivos erotizando sua relação com Deus, desejando da parte do Criador, beijos, abraços e colo.
Caro leitor, sem sombra de dúvidas vivemos dias complicadíssimos onde o Todo-poderoso foi transformado em gênio da lâmpada mágica, cuja missão prioritária é promover satisfação aos crentes. Diante disto, precisamos orar ao Senhor pedindo a Ele que nos livre definitivamente desse louvor, filho bastardo da indústria mercantilista gospel, o qual nos tem nos empurrado goela abaixo, conceitos e valores anticristãos cujo objetivo final não é a glória de Deus, mas satisfação dos homens. Da mesma maneira, necessitamos clamar ao Pai pedindo-o que nos liberte do louvor engessado, feito de cabeças baixas e bocas carrancudas, de letras difíceis, de músicas duras, sejam elas importadas ou brasileiras.

Por favor, pare, pense e responda: Para onde a igreja está indo? Será que não está caminhando a largos passos a uma nova "constatinização"? Ah que saudade da boa música, ministrada, cantada, com unção, cujo interesse era simplesmente engrandecer o nome de Deus!
Pois é, parece que nos últimos anos, a igreja se perdeu no caminho em direção ao trono do Altíssimo, Isto porque, as letras de algumas das suas composições, são empobrecidas teologicamente, simplistas e sem óleo. Além disso, falta oração, busca de Deus, consagração e compromisso com a Palavra.
Definitivamente a coisa está feia! Minha oração é que o Senhor nosso Deus nos reconduza a sala do trono e que lá possamos adorá-lo integralmente entendendo assim, que a glória, o louvor, a soberania pertence exclusivamente a Ele.

Soli Deo Gloria,

Renato Vargens
Gilbert Raposo disse...

É verdade acho que o pastor abordou um assunto interessante, pois parece que o louvor é mais importante que a palavra, sem falar no volume do som, observo que há casos de mães terem que sair da igreja com seus bebês na intensão de proteger os seus ouvidos, mas acho que um dia chega-se ao acerto.
Gilbert Raposo, um aprendiz em Cristo Jesus.

Dougllas Knnor disse...

Realmente alguns grupos de louvores estam esquecendo da essência principal e sendo antropocêntrico. Mas ainda a grupos como trazendo a arca, que se formou através de uma divisão do toque no altar que tem suas letras na maior parte baseadas na palavra e com muita unção, mais tmb com erros como ‘‘ eu quero de volta o que e meu” mais como servos ou ministros de louvores devemos peneirar os louvores q será tocados no altar do senhor! abraço

Ana Paula Gurgel disse...

É, algumas músicas parecemanestesiar o cérebro e de bíblica não possuem nada, é triste.
Já as letras boas nos remetem a Deus e por esta razão nos edificam, firmam e consolam. Gosto muito de uma das antigas que diz assim: Noso Deus é soberanso, ele reina antes da fundação do mundo... foi Ele quem criou o luminares ... e criou ... glória a Deus..." Isso é lindo!!!

Ana Paula Gurgel disse...

Fica a dica de um grupo de música de Niterói, o Crombie: http://www.clippinggospel.com/2009/04/crombie-novidade-de-niteroi-rj.html

são cristãos fazendo música, não diretamente para o louvor na igreja mas com um tempeiro especial de quem conhece a Cristo!

Augusto Elias disse...

A mercantilidade vem tomando posse,infelismente,no meio dos louvores afastando toda boa intensão das mensagens,que é a palvra de Deus.É um problema que não pode se tornar epidêmico.Os compositores evangêlicos,que não são todos,estão desenvolvendo as canções achando que estão com embasamento bíblico devido, coberto de empolgação, confundindo púlpito com palco, se deixando levar pelo povo apinhado que vão buscar shows e não Jesus.Uma outra coisa pastor,a consagração antes de tudo,cadê?Lembro-me bem de uma pregação do senhor na igreja sobre o mundalismo,por exemplo:entra na minha casa ,entra na minha vida cantada em todo tipo de butequim.As pessoas estão sem noção sobre a responsabilidade que é estar louvando e levando a apalvra do Deus todo poderoso .Estão brincando de cantar e fazer música.Graças a Deus a nossa igreja tem se policiado sobre o assunto ,como também sobre a intensidade do som,para que as pessoas se sintam bem e louvando com todo coração e com todo entendimento,buscando a palvra em primeiro lugar.

Danilo disse...

Navegando por ai achei seu blog. Surpresa boa. Vou segui-lo a partir de agora. Quando tiver um tempinho, vá visitar meu blog também, o Genizah.

A paz!

Danilo

Danilo disse...

Faltou o link, risos


http://genizah-virtual.blogspot.com/

Bíblia é Vida disse...

Concordo plenamente com o que foi escrito neste artigo. Estamos novamente criando novos bezerros de ouro, dessa vez mais complicados de serem percebidos visto que estão em simbiose com nosso EGO. Deixamos o humanismo, antropocentrismo e hedonismo tomarem conta de nosso relacionamento com Deus (ou seria melhor dizer: nossa falta de relacionamento com Deus?).
As teologias da prosperidade, positivismo, libertação ETC. não estão mais limitadas ao seus respecitivos templos (e criadores), mas acabou entrando em nosas mentes e findam por contaminar nossas mentes de maneita paulatina e constante. O que fazer contra? Utilizar a equação oração + Bíblia + ação. porém, quantos de nós lembram o que é isso?

Anônimo disse...

Concordo plenamente, Pastor. A dessacralização do louvor é efeito colateral de algo muito maior, que é a própria forma distorcida de se ver e pregar a Palavra de Deus.
Veja o panorama:
A instituição igreja, em geral, é muito culpada pela difusão dessa mensagem distorcida, que, na verdade, acaba sendo superficial, aguada. Apatia generalizada do século XXI...
Hodiernamente, as pessoas estão interessadas em resultados rápidos; por isso, vemos nas igrejas conversões relâmpagos.  Neste contexto, é preferível ter número à qualidade de pessoas. A decisão por seguir a Jesus é realizada assim como quem compra um bilhete de ônibus.
Vemos o desapego que as pessoas de hoje têm aos símbolos. Elas preferem que tudo já esteja descrito e pormenorizado já de cara; não há paciência para a apreciação dos ritos e do culto e tudo não passa de uma repetição de uma blá-blá-blá pouco substancioso: "Jesus salva", "A salvação é pela graça" e outros chavões que ouvimos por aí.
Por isso mesmo é que assistimos à invasão de traduções e versões da Bíblia que se autodenominam da "linguagem de hoje". Com a ilusória intenção de passar aos leitores uma mensagem rápida, fácil e descomplicada, essa versão de Bíblia contribuiu ainda mais para as distorções da Palavra de Deus. Se as Bíblias traduzidas do hebraico para grego e do grego para latim e línguas latinas já apresentavam diversas interpolações e incorreções, o que não há de se dizer dessas Bíblias que pretendem facilitar a vida do cristão...Afinal, todos hoje precisam ser rápidos e descomplicados. Parece até propaganda de financeira....
Mais ainda:
"Emoções estão sobrepujando a verdade do Evangelho. Na atualidade:
- Há os Hinos 7eleven (é uma expressão americana; para quem não sabe, 7eleven são pequenos mercados nos EUA, dentro de postos de gasolina, onde se dá uma parada rápida para comprar algo); são hinos com 7 palavras e 11 repetições; sem a profundidade dos cânticos de outrora;
- Há a falta das pessoas se sentirem responsáveis pela missão;
- Pessoas são levadas por qualquer vento de doutrina;
- Não há religião, mas relacionamento nas igrejas;
- Pessoas estão buscando relacionamentos ao invés de utilidade pública.
Em suma, esse é o triste quadro pintado com as tintas e sob a moldura mundanas...
Conhecereis a verdade e ela vos libertará!

Anônimo disse...

Amado irmão, creio em poucas coisas que vc escreveu a respeito da música critã. Deus nos deixou livres para segui-lo, sua palavra nos garante isso, e também o seu espirito que nos justifica.
Mas o que nos temos esquecidos, digo me incluindo também, são as palavras de Jesus: "não julgueis para não seres julgados...",se rádios, cantores e pasores estão agindo errado, o que temos de fazer e orar e esperar,DEUS há de julgá-los e como a palavra diz a obra que é do espirito permanece.
Graça e paz!

Dayse Swymey disse...

Só eu achei um absurdo falar que , cantar pedindo o abraço, um beijo ou o colo de Deus é erotizar? Eu fiquei tentando imaginar como pode isso ter passado pela cabeça de alguém. Eu beijava o meu pai, eu o abraçava, corria ao seu encontro e pulava em seus braços, deitava e sentava em seu colo, isso é algo erótico? Acredito que quando uma canção fala de abraço, de colo e de beijo seja nesse sentido, de Deus ser o nosso pai. No mais concordo muito com o post, tirando essa parte absurda.

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