Cristo me Salvou em em 10 de agosto
1986. Lembro que no mesmo instante em que sua graça me envolveu
libertando-me das garras do diabo, senti-me chamado para o ministério
pastoral.
Como eu dezenas de pessoas em minha cidade
também foram desafiadas pelo Senhor para servi-lo como líderes, pastores ou
missionários. Lembro que naqueles dias era comum encontrar nos cultos, jovens e
adolescentes prostrados, derramando sua alma diante de Cristo, consagrando suas vidas ao Autor e Consumador da fé.
Pois é, há alguns atrás, para glória de Deus, era comum encontrar nas Igrejas Evangélicas das mais variadas denominações jovens dizendo ter sido chamados pelo Senhor para servir a Cristo no campo missionário. Verdadeiramente posso testemunhar que conheci dezenas de rapazes e moças dispostos a saírem do Brasil com o propósito de anunciar o evangelho a povos de outras culturas e nações.
Hoje, 27 anos depois, a
realidade é bem diferente. Isto porque, boa parte do povo de Deus optou por desfrutando das alegrias deste tempo deixando para
segundo plano o serviço missionário.
Ultimamente tenho visto inúmeros pessoas dizendo:
-
Tenho que curtir a vida! Trabalho muito, jamais poderei ser pastor.
Eu também sou filho de Deus, preciso descansar um pouco mais, mesmo
porque a vida é dura, árdua e difícil. Missões? Não é meu chamado, nem tampouco minha vocação! Meu tempo é curto, infelizmente não vou poder ajudá-lo!
Para piorar a situação boa
parte destes irmãos fazem vista grossa ao desafio missionário.
Lamentavente esse povo não está preocupado com o secularismo europeu, ou com o avanço do islamismo, ou com até mesmo com a perseguição na China, Coreia do Norte, Irã, Arábia Saudita e outros mais.
Há!!! Isso não interessa não é
verdade? Até porque, o que interessa mesmo é desfrutar das bênçãos do Reino. Nesta perspectiva, o povo busca a Deus no intuito de ser
abençoado para experimentar da prosperidade do Reino e nada mais!
Caro leitor, sabe o que me
choca? É a indiferença dos cristãos. Infelizmente, o povo não tá nem aí
para aqueles que se perdem. Basta olharmos para as ofertas levantadas
em nossas igrejas que chegaremos a esta triste conclusão. Enquanto
gastamos fortunas investindo na construção de templos nababescos,
negligenciamos descaradamente o trabalho missionário.
Pois é, confesso também que fico
impressionado com aqueles que só pensam em si mesmos, isto porque, são
incapazes de se envolver diretamente com a causa missionária
preocupando-se somente com o lugar que passarão as férias de janeiro.
Isto posto, pergunto:
De que maneira você tem
encarado o trabalho de missionário? Qual foi a última vez (isto é, se
você um dia o fez) dedicou suas orações intercedendo por missões? E o
seu envolvimento financeiro com esta sublime causa? Quando foi a última
vez que você enviou uma oferta para uma família de missionários que por
amor a Cristo abandonou o conforto, a segurança e a liberdade do
Brasil? Diante do desafio missionário o que você tem feito? Será que
tem fugido ou simplesmente dependurou-se na janela da vida olhando a
banda passar?
Pois é cara pálida,
lamentavelmente o descaso da igreja brasileira pelo trabalho missonário
me dá a impressão de que essa maldita teologia da prosperidade minou a simplicidade do evangelho na vida de muitos irmãos e Igrejas.
Com dor no coração!
Renato Vargens
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