Por Renato Vargens
TragĂ©dias como a que ocorreu com o bispo anglicano Robinson Cavalcanti me fazem lembrar da advertĂȘncia de Paulo sobre o comportamento humano nos Ășltimos dias.
"Sabe, porĂ©m, isto: que nos Ășltimos dias sobrevirĂŁo tempos trabalhosos. Porque haverĂĄ homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mĂŁes, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliĂĄveis, caluniadores, incontinentes, cruĂ©is, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparĂȘncia de piedade, mas negando a eficĂĄcia dela. Destes afasta-te. Porque deste nĂșmero sĂŁo os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres nĂ©scias carregadas de pecados, levadas de vĂĄrias concupiscĂȘncias; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade."2 TimĂłteo 3:1-7
Ora, claro que eu sei que o homem Ă© mal e que em virtude do seu estado de depravação total ele vive imerso no pecado, no entanto, Ă© claro, nĂtido e perceptĂvel que vivemos dias em que o amor se esfriou.
No sermĂŁo profĂ©tico proferido por Jesus que trata especificadamente sobre os sinais que apontariam para o fim de todas as coisas, existe um que me chama a atenção de forma especial: trata-se daquele que fala do esfriamento do amor. Jesus disse: “E por se multiplicar a iniqĂŒidade, o amor se esfriarĂĄ de quase todos” (Mateus 24.12).
Ora, a relação que Jesus apresenta entre a multiplicação do pecado e o esfriamento do amor Ă© absolutamente verdadeira. Na medida em que cresce o pecado em suas mais variadas formas, da corrupção ao crescimento da misĂ©ria social, da pornografia a todas as formas de banalização sexual, da violĂȘncia nos lares a violĂȘncia urbana, no individualismo exacerbado ao comportamento hedonista, esfria-se o amor genuĂno e sincero no ser humano. Isso se percebe claramente nos mais jovens que trocaram o amor pelo sexo descompromissado; entre os mais “maduros” que em nome de um nova “paixĂŁo” jogaram na lata do lixo, cĂŽnjuges e filhos. Nas relaçÔes interpessoais onde o lema de vida Ă© “farinha pouco meu pirĂŁo primeiro” SenĂŁo bastasse isso os escĂąndalos de corrupção que mais uma vez abalam o paĂs tĂȘm, na sua raiz, o mesmo mal. Todos buscam o que Ă© seu e nunca o que Ă© dos outros. A epidemia que hoje toma conta da nação nĂŁo Ă© a corrupção – ela Ă© apenas mais uma expressĂŁo de uma nação, onde a iniqĂŒidade cresceu tanto que fez o amor emurchecer.
Infelizmente, a conseqĂŒĂȘncia do esfriamento do amor torna-se extremamente perceptĂvel na forma com que nossa sociedade lida com a barbĂĄrie.
O frio assassinato de Robinson Cavalcanti e sua esposa pelo filho adotivo aponta nitidamente para o esfriamento do amor. SenĂŁo bastasse a tragĂ©dia de um filho matar os pais, encontramos inĂșmeras pessoas lidando com a situação com extrema frieza, tratando da morte do bispo anglicano com desdĂ©m e desprezo. Confesso que fico chocado com a forma que muitos lidam com o sofrimento humano!
Lembro que alguns anos atrĂĄs, ao sair de casa para o trabalho observei que nas areias da Praia de IcaraĂ, na provinciana cidade de NiterĂłi, havia um corpo de um homem morto. Sem poder parar em virtude da agenda cheia, continuei o meu trajeto. No entanto, ao regressar para casa algumas horas depois, percebi que o mesmo corpo ainda estava jogado Ă areia da praia, com uma atenuante: alguns meninos jogavam futebol em volta do morto. Em outra ocasiĂŁo li em um jornal de grande circulação do Rio de Janeiro, que crianças jogavam "bola" com a cabeça de uma pessoa. HĂĄ poucos meses recebi a noticia de um menino de 13 anos que chegou a freqĂŒentar a nossa igreja, que em virtude do seu envolvimento com as drogas foi brutalmente assassinado. Ao contar a noticia para alguns amigos, percebi que a tragĂ©dia ocorrida a este adolescente nĂŁo proporcionou nenhum tipo de comoção ou dor, atĂ© porque, os que ouviram a mĂĄ notĂcia lidaram com uma frieza de impressionar. Naquele momento refleti sobre a banalização da vida e de como a morte e a tragĂ©dia tĂȘm se tornado tĂŁo natural aos nossos olhos. Na verdade, cenas como essa estĂŁo entrando em nosso cotidiano, fazendo que acreditemos que toda “des-graça” que nos cerca Ă© normal e natural.
Caro leitor, o pecado é a enxada que cava nossas sepulturas. Como muito bem afirmou Hernandes Dias Lopes, o pecado é uma fraude. Promete prazer e paga com o desgosto. Faz propaganda de liberdade, mas escraviza. Levanta a bandeira da vida, mas seu salårio é a morte. Tem um aroma sedutor, mas ao fim cheira a enxofre. Só os loucos zombam do pecado. O pecado é perverso. Ele é pior do que a pobreza, do que a solidão, do que a doença. O pecado é pior do que a própria morte.
Pois Ă©, a multiplicação da iniqĂŒidade tem esfriado o amor de muitos...
Maranata!
Maranata!
Renato vargens
E pensar que ainda teve gente que comemorou - de forma disfarçada, mas comemorou. Detalhe: Gente que se diz "cristã". Mas sabemos o que elas são na verdade. Pior: DEUS sabe - e é com ELE que elas vão se acertar.
Fico pensando no que fazem com quem se discorda teologicamente.
Sou calvinista, mas NĂO posso achar que ser calvinista Ă© ser maior do que cristĂŁo!
Amo meus irmãos arminianos, pentecostais, cessacionistas e qualquer outra linha teológica divergente, mas que não negue a morte vicåria de Cristo e Sua Ressurreição, além da Verdade contida nas Escrituras, que é A PALAVRA de Deus.
Toda polaridade Ă© perversa.
NĂŁo Ă© a visĂŁo polĂtica que faz alguĂ©m mais cristĂŁo do que outro.
EquĂvocos, esta marca do pecado que nos habita, parece muitas vezes sĂł estar impresso no outro, no divergente.
Somos PĂ, mas nos achamos a Ășltima bolacha do pacote.
"Melhor Ă© ir Ă casa onde hĂĄ luto do que ir Ă casa onde hĂĄ banquete, pois naquela se vĂȘ o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração." Eclesiastes 7:2
Jesus tenha misericĂłrdia de mim e de todos nĂłs!
Querido Renato,
Quer outro exemplo de esfriamento do Amor:
http://www.observadorcristao.com/2012/02/julio-severo-voce-e-um-traste.html
Pode um cristĂŁo reagir assim Ă dor de um servo que parte...
EstĂĄ feia a coisa.
Abração!
http://juliosevero.blogspot.com/2012/02/robinson-cavalcanti-fundador-de.html
NĂŁo vi nenhuma agressĂŁo neste texto.
Roberto,
Em nenhum momento eu mencionei o JĂșlio Severo ou algum texto escrito por ele.
O meu texto se deve aquilo que vi e li nas redes sociais.
Abracos,
Renato Vargens
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