Por Renato Vargens
Muita gente neste tupiniquim paĆs tem advogado a causa de que o Brasil experimenta um grande avivamento. Infelizmente sou obrigado a discordar desta afirmação, mesmo porque, o comportamento e a Ć©tica de alguns dos lideres evangĆ©licos nos fazem ruborizar de vergonha. Em nome de Deus, pastores das mais variadas denominaƧƵes abandonaram na esquina da vida, valores e conceitos que do ponto de vista cristĆ£o deveriam ser inegociĆ”veis.
Olhando as aberrações evangélicas deste tempo, além obviamente de observar os espúrios ensinamentos dos teólogos da prosperidade, chego a conclusão de que a igreja evangélica brasileira precisa tanto resgatar como redescobrir a beleza das doutrinas da graça. Junta-se a isso, o fato de que necessitamos a luz da história refletirmos sobre a vida de grandes homens de Deus, que com dedicação doaram-se pelo Evangelho de Cristo.
Jonathan Edwards foi um destes.
Jonathan Edwards, nasceu em East Windsor, Connecticut, EUA, em 5 de outubro de 1703, sendo seu pai um ministro do evangelho que militou na Igreja Congregacional. Criado em um lar evangĆ©lico, foi estimulado sobremaneira desde o inĆcio de sua vida a um grande fervor espiritual, tendo jĆ” desde a meninice grande preocupação com a obra de Deus e com a salvação de almas. Edwards comeƧou a estudar latim aos seis anos de idade e aos 13 jĆ” era fluente tambĆ©m em grego e hebraico.
Em 1720 obteve o bacharelado no ColĆ©gio de Yale, em New Haven, iniciando em seguida os seus estudos teológicos nesta mesma instituição, obtendo o mestrado em 1722. Em seguida, assumiu uma cadeira de professor assistente em Yale, cargo que ocupou por dois anos. Mas, o chamado ao ministĆ©rio falou mais alto e, após ser pastor de uma Igreja Presbiteriana em Nova York em 1722 (por um perĆodo de oito meses), em 1726, entĆ£o aos 23 anos, assumiu o posto de segundo pastor na Igreja de Northampton, Massachussetts; igreja esta que era pastoreada por seu avĆ“ Solomon Stoddard (1643-1729), e a segunda maior da regiĆ£o, com mais de seiscentos membros, o que era praticamente toda a população adulta daquela localidade. Em julho de 1727 casou-se com Sarah Pierrepont, filha de James Pierrepont, pastor da Igreja de New Haven, com quem teve 11 filhos.
Em 1729 com a morte do seu avÓ, Jonathan se tornou o pastor titular da Igreja de Northampton, na qual cinco anos depois ocorreria um grande avivamento, entre 1734-35, chamado de O Grande Despertamento, que se iniciou entre os presbiterianos e luteranos na Pensilvânia e em Nova Jersey, e que teve seu apogeu por volta do ano de 1740, através do trabalho de George Whitefield.
Em 1750, depois de pastorear a Igreja de Northampton por 23 anos, Jonathan Edwards foi despedido pela Igreja por ser contrĆ”rio Ć prĆ”tica de se servir a Ceia do Senhor a pessoas nĆ£o convertidas, prĆ”tica instituĆda por seu avĆ“, e que era do gosto da Igreja.
Em seu sermĆ£o de despedida disse: Portanto, quero exortĆ”-los sinceramente, para o seu próprio bem futuro, que tomem cuidado daqui em diante com o espĆ-rito contencioso. Se querem ver dias felizes, busquem a paz e empenhem-se por alcanƧƔ-la (I Pe 3:10-11). Que a recente contenda sobre os termos da comunhĆ£o cristĆ£, tendo sido a maior, seja tambĆ©m a Ćŗltima. Agora que lhes prego meu sermĆ£o de despedida, eu gostaria de dizer-lhes como o apóstolo Paulo disse aos corĆntios em II CorĆntios 13.11: "Quanto ao mais, irmĆ£os, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz serĆ” convosco."
Em 1751, ele foi para Stockbridge, na colĆ“nia de Massachussetts, onde foi pastor dos colonos e missionĆ”rio entre os Ćndios. Em 1757, foi convidado a ser o presidente do ColĆ©gio de Nova Jersey, que viria posteriormente a ser a hoje conhecida Universidade de Princeton. Em 22 de marƧo de 1758, um mĆŖs após ter tomado posse como presidente do ColĆ©gio, Jonathan Edwards morreu devido a complicaƧƵes resultantes de uma vacina contra varĆola.
Jonathan Edwards foi sem sombra de dĆŗvidas um dos maiores pregadores de todos os tempos, isto sem falar no seu compromisso com o Senhor e com o reino. Este grande homem de Deus escreveu uma lista de resoluƧƵes, comprometendo-se a viver uma vida TEOCĆNTRICA. Esta lista, foi escrita provavelmente no ano de 1722 e foi crescendo ao longo dos anos, quando novas resoluƧƵes eram acrescentadas. A lista tem um total de 70 resoluƧƵes. Os trechos resumidos abaixo dĆ£o o exemplo da seriedade e firmeza com as quais Jonathan Edwards encarava a vida.
Estando ciente de que sou incapaz de fazer qualquer coisa sem a ajuda de Deus, humildemente Lhe rogo que, atravƩs de Sua graƧa, me capacite a cumprir fielmente estas resoluƧƵes, enquanto elas estiverem dentro da Sua vontade, em nome de Jesus Cristo.
1. Resolvi que farei tudo aquilo que seja para a maior glória de Deus e para o meu próprio bem, proveito e agrado, durante todo tempo de minha peregrinação, sem nunca levar em consideração o tempo que isso exigirĆ” de mim, seja agora ou pela eternidade fora. Resolvi que farei tudo o que sentir ser o meu dever e que traga benefĆcios para a humanidade em geral, nĆ£o importando quantas ou quĆ£o grandes sejam as dificuldades que venha a enfrentar.
2. Resolvi permanecer na busca contĆnua de novas maneiras para poder promover as resoluƧƵes acima mencionadas.
3. Resolvi arrepender-me, caso eu um dia me torne menos responsĆ”vel no tocante a estas resoluƧƵes, negligenciando uma Ćnfima parte de qualquer uma delas e confessar cada falha individualmente assim que cair em mim.
4. Resolvi, tambĆ©m, nunca negar alguma maneira ou coisa difĆcil, seja no corpo ou na alma, menos ou mais, que leve Ć glorificação de Deus; tambĆ©m nĆ£o sofrĆŖ-la se tiver como evitĆ”-la.
5. Resolvi jamais desperdiƧar um só momento do meu tempo; pelo contrĆ”rio, sempre buscarei formas de tornĆ”-lo o mais proveitoso possĆvel.
6. Resolvi viver usando todas minhas forƧas enquanto viver.
7. Resolvi jamais fazer alguma coisa que eu não faria, se soubesse que estava vivendo a última hora da minha vida.
8. Resolvi ser a todos os nĆveis, tanto no falar como no fazer, como se nĆ£o houvesse ninguĆ©m mais vil que eu sobre a terra, como se eu próprio houvesse cometido esses mesmos pecados ou apenas sofresse das mesmas debilidades e falhas que todos os outros; tambĆ©m nunca permitirei que o tomar conhecimento dos pecados dos outros me venha trazer algo mais que vergonha sobre mim mesmo e uma oportunidade de poder confessar meus próprios pecados e misĆ©ria a Deus.
9. Resolvi pensar e meditar bastante e em todas as ocasiões sobre minha própria morte e sobre circunstâncias relacionadas com a morte.
10. Resolvi, sempre que experimentar e sentir dor, relacionĆ”-la com as dores do martĆrio e tambĆ©m com as do inferno.
11. Resolvi que sempre que pense em qualquer enigma sobre a salvação, fazer de tudo imediatamente para resolvê-lo e entendê-lo, caso nenhuma circunstância me impeça de fazê-lo.
12. Resolvi, assim que sentir um mĆnimo de gratificação ou deleite de orgulho ou de vaidade, eliminĆ”-lo de imediato.
13. Resolvi nunca cessar de buscar objectos precisos para minha caridade e liberalidade.
14. Resolvi nunca fazer algo em forma de vinganƧa.
15. Resolvi nunca sofrer nenhuma das mais pequenas manifestaƧƵes de ira vinda de seres irracionais.
16. Resolvi nunca falar mal de ninguĆ©m, de forma tal que afete a honra da pessoa em questĆ£o, nem para mais nem para menos honra, sob nenhum pretexto ou circunstĆ¢ncia, a nĆ£o ser que possa promover algum bem e que possa trazer um real benefĆcio.
17. Resolvi viver de tal forma como se estivesse sempre vivendo o meu Ćŗltimo suspiro.
18. Resolvi viver de tal forma, em todo o tempo, como vivo dentro dos meus melhores padrões de santidade privada e daqueles momentos que tenho maior clarividência sobre o conteúdo de todo o evangelho e percepção do mundo vindouro.
19. Resolvi nunca fazer algo de que tenha receio de fazer uma hora antes de soar a Ćŗltima trombeta.
20. Resolvi manter a mais restrita temperanƧa em tudo que como e tudo quanto bebo.
21. Resolvi nunca fazer algo que possa ser contado como justa ocasião para desprezar ou mesmo pensar mal de alguém de quem se me aperceba algum mal.
22. Resolvi esforƧar-me para obter para mim mesmo todo bem possĆvel do mundo vindouro, tudo quanto me seja possĆvel alcanƧar de lĆ”, com todo meu vigor em Deus ā poder, vigor, veemĆŖncia, violĆŖncia interior mesmo, tudo quanto me seja possĆvel aplicar e admoestar sobre mim de qualquer maneira que me seja possĆvel pensar e aperceber-me.
23. Resolvi tomar ação deliberada e imediata sempre que me aperceber que possa ser tomada para a glória de Deus e que possa devolver a Deus Sua intenção original sobre nós, Seu desĆgnio inicial e Sua finalidade. Caso eu descubra, tambĆ©m, que em nada servirĆ” a glória de Deus exclusivamente, repudiarei tal coisa e a terei como uma evidente quebra da quarta resolução.
24. Resolvi que, sempre que encetar e cair por um caminho de concupiscência e mau, voltar atrÔs e achar sua origem em mim, tudo quanto origina em mim tal coisa. Depois, encetar por uma via cuidadosa e precisa de nunca mais tornar a fazer o mesmo e de orar e lutar de joelhos e com todas as minhas forças contra as origens de tais ocorrências.
25. Resolvi examinar sempre cuidadosamente e de forma constante e precisa, qual a coisa em mim que causa a mĆnima dĆŗvida sobre o verdadeiro amor de Deus para direcionar todas as minhas fortalezas contra tal origem.
26. Resolvi abater tais coisas, a medida que as veja abatendo minha seguranƧa.
27. Resolvi nunca omitir nada de livre vontade, a menos que essa omissão traga glória a Deus; irei, então e com frequência, rever todas as minhas omissões.
28. Resolvi estudar as Escrituras de tal modo firme, preciso, constante e frequente que me seja tornado possĆvel e que me aperceba em mim mesmo de que estou crescendo no conhecimento real das mesmas.
29. Resolvi nunca ter como uma oração ou petição, nem permitir que passe por oração, algo que seja feito de tal maneira ou sob tais circunstâncias que me possam privar de esperar que Deus me atenda. Também não aceitarei como confissão algo que Deus não possa aceitar como tal.
30. Resolvi extenuar-me e esforƧar-me ao mĆ”ximo de minha capacidade real para, a cada semana, ser levado a um patamar mais real de meu exercĆcio religioso, um patamar mais elevado de graƧa e aceitação em Deus, do que tive na semana anterior.
31. Resolvi nunca dizer nada que seja contra alguém, exceto quando tal coisa se ache de pleno acordo com a mais elevada honorabilidade evangélica e amor de Deus para com a sua humanidade, também de pleno acordo com o grau mais elevado de humildade e sensibilidade sobre meus próprios erros e falhas e de pleno acordo àquela regra de ouro celestial; e, sempre que disser qualquer coisa contra alguém, colocar isso mesmo mediante a luz desta resolução convictamente.
32. Resolvi que deverei ser estrita e firmemente fiel Ć minha confianƧa, de forma que o provĆ©rbio 20:6 ā Mas, o homem fiel, quem o acharĆ”? ā nĆ£o se torne nem mesmo parcialmente verdadeiro a meu respeito.
33. Resolvi, fazer tudo que poderei fazer para tornar a paz acessĆvel, possĆvel de manter, de estabelecer, sempre que tal coisa nunca possa interferir ou inferir contra outros valores maiores e de aspectos mais relevantes. 26 de Dezembro de 1722
34. Resolvi nada falar que nĆ£o seja inquestionavelmente verĆdico e realmente verdadeiro em mim.
35. Resolvi que, sempre que me puser a questionar se cumpri todo meu dever, de tal forma que minha serenidade e paz de espĆrito sejam ligeiramente perturbadas atravĆ©s de tal procedimento, colocĆ”-lo diante de Deus e depois verificar como tal problema foi resolvido. 18 de Dezembro 1722
36. Resolvi nunca dizer nada de mal sobre ninguƩm que seja, a menos que algum bem particular nasƧa disso mesmo. 19 de Dezembro de 1722
37. Resolvi inquirir todas as noites, ao deitar-me, onde e em quais circunstancias fui negligente, que atos cometi e onde me pude negar a mim mesmo. Também farei o mesmo no fim de cada ano, mês e semana. 22 e 26 de Dezembro de 1722
38. Resolvi nunca mais dizer nada, nem falar, sobre algo que seja ridĆculo, esportivo ou questĆ£o de zombaria no dia do Senhor. Noite de SĆ”bado, 23 de Dezembro de 1722
39. Resolvi nunca fazer algo que possa questionar sobre sua lealdade e conformidade Ć lei de Deus, para que eu possa mais tarde verificar por mim se tal coisa me Ć© lĆcito fazer ou nĆ£o. A menos que a omissĆ£o de questionar me seja tornada lĆcita.
40. Resolvi inquirir cada noite de minha existência, antes de adormecer, se fiz as coisas da maneira mais aceitÔvel que eu poderia ter feito, em relação a comer e beber. 7 de Janeiro de 1723
41. Resolvi inquirir de mim mesmo no final de cada dia, de cada semana, mês e ano, onde e em que Ôreas poderia haver feito melhor e mais eficazmente. 11 de Janeiro 1723
42. Resolvi que, com frequência renovarei minha dedicação de mim mesmo a Deus, o mesmo voto que fiz em meu bptismo, o qual recebi quando fui recebido na comunhão da igreja e o qual reassumo solenemente neste dia 12 de Janeiro, 1722-23.
43. Resolvi que a partir daqui, atƩ que eu morra, nunca mais agirei como se me pertencesse a mim mesmo de algum modo, mas inteiramente e sobejamente pertencente a Deus, como se cada momento de minha vida fosse um normal dia de culto a Deus. SƔbado, 12 de Janeiro de 1723.
44. Resolvi que nenhuma Ôrea desta vida terÔ qualquer influencia sobre qualquer de minhas ações; apenas a Ôrea da vivência para Deus. E que, também, nenhuma ação ou circunstância que seja distinta da religião seja a que me leve a concretizar. 12 de Janeiro de 1723
45. Resolvi também que nenhum prazer ou deleite, dor, alegria ou tristeza, nenhuma afeição natural, nem nenhuma das suas circunstâncias co-relacionadas, me seja permitido a não ser aquilo que promova a piedade. 12 e 13 de Janeiro e 1723
46. Resolvi nunca mais permitir qualquer medida de qualquer forma de inquietude e falta de vontade diante de minha mĆ£e e pai. Resolvi nunca mais sofrer qualquer de seus efeitos de vergonha, muito menos alteraƧƵes de minha voz, motivos e movimentos de meu olhar e de ser especialmente vigilante acerca dessas coisas quando relacionadas com alguĆ©m de minha famĆlia.
47. Resolvido a encetar tudo ao meu alcance para me negar tudo quanto não seja simplesmente disposto e de acordo com uma paz benévola, universalmente doce e meiga, repleta de quietude, hÔbil, contente e satisfeita em si mesma, generosa, real, verdadeira, simples e fÔcil, cheia de compaixão, industriosa e empreendedora, cheia de caridade real, equilibrada, que perdoa, formulada por um temperamento sincero e transparente; e também farei tudo quanto tal temperança e temperamento me levar a fazer. Examinarei e serei severo e acutilante nesse exame cada semana se por acaso assim fiz e pude fazer. SÔbado de manhã, 5 Maio de 1723
48. Resolvi a, constantemente e atravĆ©s da mais acutilante beleza de carĆ”ter, empreender num escrutĆnio e exame minucioso e muito severo, para constatar e olhar qual o estado real de toda a minha alma, verificando por mim mesmo se realmente mantenho um interesse genuĆno e real por Cristo ou nĆ£o; e que, quando eu morrer nĆ£o tenha nada de que me arrepender a respeito de negligĆŖncias deste tipo. 26 de Maio de 1723
49. Resolvi a que tal coisa (de não ter afeto por Cristo) nunca aconteça, se eu a puder evitar de alguma maneira.
50. Resolvi que, sempre agirei de tal maneira, que julgarei e pensarei como o faria dentro do mundo vindouro apenas. 5 de Julho de 1723
51. Resolvi que, agirei de tal forma em todos os sentidos, como iria desejar haver feito quando me achasse numa situação de condenação eterna. 8 de Julho de 1723
52. Eu, com muita frequência, ouço pessoas duma certa idade avançada falarem como iriam viver suas vidas de novo caso lhes fosse dada uma segunda oportunidade de a tornarem a viver. Eu resolvi viver minha vida agora e jÔ, tal qual eu fosse desejar vivê-la caso me achasse em situação de desejar vivê-la de novo, como eles, caso eu chegue a uma sua idade avançada como a sua. 8 de Julho de 1723
53. Resolvi apetrechar e aprimorar cada oportunidade, sempre que me possa achar num estado de espĆrito sadio e alegremente realizado, para me atirar sobre o Senhor Jesus numa reentrega tambĆ©m, para confiar nEle, consagrando-me a mim mesmo inteiramente a Ele tambĆ©m nesse estado de espĆrito; que a partir dali eu possa experimentar que estou seguro e assegurado, sabendo que persisto a confiar no meu Redentor mesmo assim. 8 de Julho de 1723
54. Sempre que ouvir falar algo sobre alguƩm que seja digno de louvor e dignificante e o possa ser em mim tambƩm, resolvi tudo encetar para conseguir o mesmo em mim e por mim. 8 de Julho de 1723
55. Resolvi tudo fazer como o faria caso jĆ” tivesse experimentado toda a felicidade celestial e todos os tormentos do inferno. 8 de Julho de 1723
56. Resolvi nunca desistir de vencer por completo qualquer de minhas veleidades corruptas que ainda possam existir, nem nunca tornar-me permissivo em relação ao mĆnimo de suas aparĆŖncias e sinais, nem tĆ£o pouco me desmotivar em nada caso me ache numa senda de falta de sucesso nessa mesma luta.
57. Resolvi que, quando eu temer adversidades ou maus momentos, irei examinar-me e ver se tal não se deve a: não ter cumprido todo meu dever e cumprir a partir de então; e permitir que tudo o mais em minha vida seja providencial para que eu possa apenas estar e permanecer inteiramente absorvido e envolvido com meu dever e meu pecado diante de Deus e dos homens. 9 de Junho e 13 de Julho de 1723
58. Resolvi a nĆ£o apenas extinguir nem que seja algum leve ar de antipatia, simpatia fingida que encobre meu estado de espĆrito, impaciĆŖncia em conversação, mas tambĆ©m e antes poder exprimir um verdadeiro estado de amor, alegria e bondade em todos os meus aspectos de vida e conversação. 27 de Maio e 13 de Julho de 1723
59. Resolvi que, sempre que me achar consciente de provocaƧƵes de mĆ” natureza e de mau espĆrito, que me esforƧarei para antes evidenciar o oposto disso mesmo, em boa natureza e maneira; sim, que em tempos tal qual esses, manifestar a boa natureza de Deus, achando, no entanto, que em algumas circunstĆ¢ncias tal comportamento me traga desvantagens e que, tambĆ©m, em algumas outras circunstĆ¢ncias, seja mesmo imprudente agir assim. 12 de Maio, 2 e 13 de Julho
60. Resolvi que, sempre que meus próprios sentimentos comecem a comparecer minimamente desordenados, sempre que me tornar consciente da mais ligeira inquietude interior, ou a mĆnima irregularidade exterior, me submeterei de pronto Ć mais estrita e minuciosa examinação e avaliação pessoal. 4 e 13 de Julho de 1723
61. Resolvi que a falta de predisposição nunca me torne relaxado nas coisas de Deus e que nunca consiga retirar minha atenção total de estar plenamente fixada e afixada só em Deus, exista a desculpa que existir para me tentar; tudo que a fala de predisposição me instiga a fazer, abre-me o caminho do oposto para fazer. 21 de Maio e 13 de Julho de 1723
62. Resolvi a nunca fazer nada a nĆ£o ser como dever; e, depois, de acordo com EfĆ©sios 6:6-8, fazer tudo voluntariosamente e alegremente como que para o Senhor e nunca para homem; ā Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberĆ” do Senhor todo bem que fizerā. 25 de Junho e 13 de Julho 1723
63. Supondo que nunca existiu nenhum indivĆduo neste mundo, em nenhuma Ć©poca do tempo, que nunca haja vivido uma vida cristĆ£ perfeita em todos os nĆveis e possibilidades, tendo o Cristianismo sempre brilhante em todo o seu esplendor, e parecendo excelente e amĆ”vel, mesmo sendo essa vida observada de qualquer Ć¢ngulo possĆvel e sob qualquer pressĆ£o, eu resolvi agir como se pudesse viver essa mesma vida, mesmo que tenha de me esforƧar no mĆ”ximo de todas as minhas capacidades inerentes e mesmo que fosse o Ćŗnico em meu tempo. 14 De Janeiro e 3 de Julho de 1723
64. Resolvi que quando experimentar em mim aqueles āgemidos inexprimĆveisā, Romanos 8:26, os quais o Apóstolo menciona e dos quais o Salmista descreve como, ā A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanƧas a todo o tempo ā, Salmos 119:20, que os promoverei tambĆ©m com todo vigor existente em mim e que nĆ£o me ācansareiā (IsaĆas 40:31) no esforƧo de dar expressĆ£o a meus desejos tornados profundos nem me cansarei de repetir esses mesmos pedidos e gemidos em mim, nem de o fazer numa seriedade contĆnua. 23 De Julho e 10 de Agosto de 1723
65. Resolvi que, me tornarei exercitado em mim mesmo durante toda a minha vida, com toda a franqueza que Ć© possĆvel, a sempre declarar meus caminhos a Deus e abrir toda a minha alma a Ele: todos os meus pecados, tentaƧƵes, dificuldades, tristezas, medos, esperanƧas, desejos e toda outra coisa sob qualquer circunstĆ¢ncia. Tal como o Dr. Manton diz em seu sermĆ£o nr.27, baseado no Salmo 119. 26 De Julho e 10 de Agosto, 1723
66. Resolvi que, sempre me esforçarei para manter e revelar todo o lado benigno de todo semblante e modo de falar em todas as circunstâncias de toda a minha vida e em qualquer tipo de companhia, a menos que o dever de ser diferente exija de mim que seja de outra maneira.
67. Resolvi que, depois de situaƧƵes aflitivas, avaliarei em que aspectos me tornei diferente por elas, em quais aspectos melhorei meu ser e que bem me adveio atravƩs dessas mesmas situaƧƵes.
68. Resolvi confessar abertamente tudo aquilo em que me acho enfermo ou em pecado e também confessar todos os casos abertamente diante de Deus e implorar a necessÔria condescendência e ajuda dele até nos aspectos religiosos. 23 de Julho e 10 de Agosto de 1723
69. Resolvi fazer tudo aquilo que, vendo outros fazerem, eu possa haver desejado ter sido eu a fazĆŖ-lo. 11 de Agosto de 1723
70. Que haja sempre algo de benevolente toda vez que eu fale. 17 De Agosto, 1723.
Olhando as aberrações evangélicas deste tempo, além obviamente de observar os espúrios ensinamentos dos teólogos da prosperidade, chego a conclusão de que a igreja evangélica brasileira precisa tanto resgatar como redescobrir a beleza das doutrinas da graça. Junta-se a isso, o fato de que necessitamos a luz da história refletirmos sobre a vida de grandes homens de Deus, que com dedicação doaram-se pelo Evangelho de Cristo.
Jonathan Edwards foi um destes.
Jonathan Edwards, nasceu em East Windsor, Connecticut, EUA, em 5 de outubro de 1703, sendo seu pai um ministro do evangelho que militou na Igreja Congregacional. Criado em um lar evangĆ©lico, foi estimulado sobremaneira desde o inĆcio de sua vida a um grande fervor espiritual, tendo jĆ” desde a meninice grande preocupação com a obra de Deus e com a salvação de almas. Edwards comeƧou a estudar latim aos seis anos de idade e aos 13 jĆ” era fluente tambĆ©m em grego e hebraico.
Em 1720 obteve o bacharelado no ColĆ©gio de Yale, em New Haven, iniciando em seguida os seus estudos teológicos nesta mesma instituição, obtendo o mestrado em 1722. Em seguida, assumiu uma cadeira de professor assistente em Yale, cargo que ocupou por dois anos. Mas, o chamado ao ministĆ©rio falou mais alto e, após ser pastor de uma Igreja Presbiteriana em Nova York em 1722 (por um perĆodo de oito meses), em 1726, entĆ£o aos 23 anos, assumiu o posto de segundo pastor na Igreja de Northampton, Massachussetts; igreja esta que era pastoreada por seu avĆ“ Solomon Stoddard (1643-1729), e a segunda maior da regiĆ£o, com mais de seiscentos membros, o que era praticamente toda a população adulta daquela localidade. Em julho de 1727 casou-se com Sarah Pierrepont, filha de James Pierrepont, pastor da Igreja de New Haven, com quem teve 11 filhos.
Em 1729 com a morte do seu avÓ, Jonathan se tornou o pastor titular da Igreja de Northampton, na qual cinco anos depois ocorreria um grande avivamento, entre 1734-35, chamado de O Grande Despertamento, que se iniciou entre os presbiterianos e luteranos na Pensilvânia e em Nova Jersey, e que teve seu apogeu por volta do ano de 1740, através do trabalho de George Whitefield.
Em 1750, depois de pastorear a Igreja de Northampton por 23 anos, Jonathan Edwards foi despedido pela Igreja por ser contrĆ”rio Ć prĆ”tica de se servir a Ceia do Senhor a pessoas nĆ£o convertidas, prĆ”tica instituĆda por seu avĆ“, e que era do gosto da Igreja.
Em seu sermĆ£o de despedida disse: Portanto, quero exortĆ”-los sinceramente, para o seu próprio bem futuro, que tomem cuidado daqui em diante com o espĆ-rito contencioso. Se querem ver dias felizes, busquem a paz e empenhem-se por alcanƧƔ-la (I Pe 3:10-11). Que a recente contenda sobre os termos da comunhĆ£o cristĆ£, tendo sido a maior, seja tambĆ©m a Ćŗltima. Agora que lhes prego meu sermĆ£o de despedida, eu gostaria de dizer-lhes como o apóstolo Paulo disse aos corĆntios em II CorĆntios 13.11: "Quanto ao mais, irmĆ£os, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz serĆ” convosco."
Em 1751, ele foi para Stockbridge, na colĆ“nia de Massachussetts, onde foi pastor dos colonos e missionĆ”rio entre os Ćndios. Em 1757, foi convidado a ser o presidente do ColĆ©gio de Nova Jersey, que viria posteriormente a ser a hoje conhecida Universidade de Princeton. Em 22 de marƧo de 1758, um mĆŖs após ter tomado posse como presidente do ColĆ©gio, Jonathan Edwards morreu devido a complicaƧƵes resultantes de uma vacina contra varĆola.
Jonathan Edwards foi sem sombra de dĆŗvidas um dos maiores pregadores de todos os tempos, isto sem falar no seu compromisso com o Senhor e com o reino. Este grande homem de Deus escreveu uma lista de resoluƧƵes, comprometendo-se a viver uma vida TEOCĆNTRICA. Esta lista, foi escrita provavelmente no ano de 1722 e foi crescendo ao longo dos anos, quando novas resoluƧƵes eram acrescentadas. A lista tem um total de 70 resoluƧƵes. Os trechos resumidos abaixo dĆ£o o exemplo da seriedade e firmeza com as quais Jonathan Edwards encarava a vida.
Estando ciente de que sou incapaz de fazer qualquer coisa sem a ajuda de Deus, humildemente Lhe rogo que, atravƩs de Sua graƧa, me capacite a cumprir fielmente estas resoluƧƵes, enquanto elas estiverem dentro da Sua vontade, em nome de Jesus Cristo.

2. Resolvi permanecer na busca contĆnua de novas maneiras para poder promover as resoluƧƵes acima mencionadas.
3. Resolvi arrepender-me, caso eu um dia me torne menos responsĆ”vel no tocante a estas resoluƧƵes, negligenciando uma Ćnfima parte de qualquer uma delas e confessar cada falha individualmente assim que cair em mim.
4. Resolvi, tambĆ©m, nunca negar alguma maneira ou coisa difĆcil, seja no corpo ou na alma, menos ou mais, que leve Ć glorificação de Deus; tambĆ©m nĆ£o sofrĆŖ-la se tiver como evitĆ”-la.
5. Resolvi jamais desperdiƧar um só momento do meu tempo; pelo contrĆ”rio, sempre buscarei formas de tornĆ”-lo o mais proveitoso possĆvel.
6. Resolvi viver usando todas minhas forƧas enquanto viver.
7. Resolvi jamais fazer alguma coisa que eu não faria, se soubesse que estava vivendo a última hora da minha vida.
8. Resolvi ser a todos os nĆveis, tanto no falar como no fazer, como se nĆ£o houvesse ninguĆ©m mais vil que eu sobre a terra, como se eu próprio houvesse cometido esses mesmos pecados ou apenas sofresse das mesmas debilidades e falhas que todos os outros; tambĆ©m nunca permitirei que o tomar conhecimento dos pecados dos outros me venha trazer algo mais que vergonha sobre mim mesmo e uma oportunidade de poder confessar meus próprios pecados e misĆ©ria a Deus.
9. Resolvi pensar e meditar bastante e em todas as ocasiões sobre minha própria morte e sobre circunstâncias relacionadas com a morte.
10. Resolvi, sempre que experimentar e sentir dor, relacionĆ”-la com as dores do martĆrio e tambĆ©m com as do inferno.
11. Resolvi que sempre que pense em qualquer enigma sobre a salvação, fazer de tudo imediatamente para resolvê-lo e entendê-lo, caso nenhuma circunstância me impeça de fazê-lo.
12. Resolvi, assim que sentir um mĆnimo de gratificação ou deleite de orgulho ou de vaidade, eliminĆ”-lo de imediato.
13. Resolvi nunca cessar de buscar objectos precisos para minha caridade e liberalidade.
14. Resolvi nunca fazer algo em forma de vinganƧa.
15. Resolvi nunca sofrer nenhuma das mais pequenas manifestaƧƵes de ira vinda de seres irracionais.
16. Resolvi nunca falar mal de ninguĆ©m, de forma tal que afete a honra da pessoa em questĆ£o, nem para mais nem para menos honra, sob nenhum pretexto ou circunstĆ¢ncia, a nĆ£o ser que possa promover algum bem e que possa trazer um real benefĆcio.
17. Resolvi viver de tal forma como se estivesse sempre vivendo o meu Ćŗltimo suspiro.
18. Resolvi viver de tal forma, em todo o tempo, como vivo dentro dos meus melhores padrões de santidade privada e daqueles momentos que tenho maior clarividência sobre o conteúdo de todo o evangelho e percepção do mundo vindouro.
19. Resolvi nunca fazer algo de que tenha receio de fazer uma hora antes de soar a Ćŗltima trombeta.
20. Resolvi manter a mais restrita temperanƧa em tudo que como e tudo quanto bebo.
21. Resolvi nunca fazer algo que possa ser contado como justa ocasião para desprezar ou mesmo pensar mal de alguém de quem se me aperceba algum mal.
22. Resolvi esforƧar-me para obter para mim mesmo todo bem possĆvel do mundo vindouro, tudo quanto me seja possĆvel alcanƧar de lĆ”, com todo meu vigor em Deus ā poder, vigor, veemĆŖncia, violĆŖncia interior mesmo, tudo quanto me seja possĆvel aplicar e admoestar sobre mim de qualquer maneira que me seja possĆvel pensar e aperceber-me.
23. Resolvi tomar ação deliberada e imediata sempre que me aperceber que possa ser tomada para a glória de Deus e que possa devolver a Deus Sua intenção original sobre nós, Seu desĆgnio inicial e Sua finalidade. Caso eu descubra, tambĆ©m, que em nada servirĆ” a glória de Deus exclusivamente, repudiarei tal coisa e a terei como uma evidente quebra da quarta resolução.
24. Resolvi que, sempre que encetar e cair por um caminho de concupiscência e mau, voltar atrÔs e achar sua origem em mim, tudo quanto origina em mim tal coisa. Depois, encetar por uma via cuidadosa e precisa de nunca mais tornar a fazer o mesmo e de orar e lutar de joelhos e com todas as minhas forças contra as origens de tais ocorrências.
25. Resolvi examinar sempre cuidadosamente e de forma constante e precisa, qual a coisa em mim que causa a mĆnima dĆŗvida sobre o verdadeiro amor de Deus para direcionar todas as minhas fortalezas contra tal origem.
26. Resolvi abater tais coisas, a medida que as veja abatendo minha seguranƧa.
27. Resolvi nunca omitir nada de livre vontade, a menos que essa omissão traga glória a Deus; irei, então e com frequência, rever todas as minhas omissões.
28. Resolvi estudar as Escrituras de tal modo firme, preciso, constante e frequente que me seja tornado possĆvel e que me aperceba em mim mesmo de que estou crescendo no conhecimento real das mesmas.
29. Resolvi nunca ter como uma oração ou petição, nem permitir que passe por oração, algo que seja feito de tal maneira ou sob tais circunstâncias que me possam privar de esperar que Deus me atenda. Também não aceitarei como confissão algo que Deus não possa aceitar como tal.
30. Resolvi extenuar-me e esforƧar-me ao mĆ”ximo de minha capacidade real para, a cada semana, ser levado a um patamar mais real de meu exercĆcio religioso, um patamar mais elevado de graƧa e aceitação em Deus, do que tive na semana anterior.
31. Resolvi nunca dizer nada que seja contra alguém, exceto quando tal coisa se ache de pleno acordo com a mais elevada honorabilidade evangélica e amor de Deus para com a sua humanidade, também de pleno acordo com o grau mais elevado de humildade e sensibilidade sobre meus próprios erros e falhas e de pleno acordo àquela regra de ouro celestial; e, sempre que disser qualquer coisa contra alguém, colocar isso mesmo mediante a luz desta resolução convictamente.
32. Resolvi que deverei ser estrita e firmemente fiel Ć minha confianƧa, de forma que o provĆ©rbio 20:6 ā Mas, o homem fiel, quem o acharĆ”? ā nĆ£o se torne nem mesmo parcialmente verdadeiro a meu respeito.
33. Resolvi, fazer tudo que poderei fazer para tornar a paz acessĆvel, possĆvel de manter, de estabelecer, sempre que tal coisa nunca possa interferir ou inferir contra outros valores maiores e de aspectos mais relevantes. 26 de Dezembro de 1722
34. Resolvi nada falar que nĆ£o seja inquestionavelmente verĆdico e realmente verdadeiro em mim.
35. Resolvi que, sempre que me puser a questionar se cumpri todo meu dever, de tal forma que minha serenidade e paz de espĆrito sejam ligeiramente perturbadas atravĆ©s de tal procedimento, colocĆ”-lo diante de Deus e depois verificar como tal problema foi resolvido. 18 de Dezembro 1722
36. Resolvi nunca dizer nada de mal sobre ninguƩm que seja, a menos que algum bem particular nasƧa disso mesmo. 19 de Dezembro de 1722
37. Resolvi inquirir todas as noites, ao deitar-me, onde e em quais circunstancias fui negligente, que atos cometi e onde me pude negar a mim mesmo. Também farei o mesmo no fim de cada ano, mês e semana. 22 e 26 de Dezembro de 1722
38. Resolvi nunca mais dizer nada, nem falar, sobre algo que seja ridĆculo, esportivo ou questĆ£o de zombaria no dia do Senhor. Noite de SĆ”bado, 23 de Dezembro de 1722
39. Resolvi nunca fazer algo que possa questionar sobre sua lealdade e conformidade Ć lei de Deus, para que eu possa mais tarde verificar por mim se tal coisa me Ć© lĆcito fazer ou nĆ£o. A menos que a omissĆ£o de questionar me seja tornada lĆcita.
40. Resolvi inquirir cada noite de minha existência, antes de adormecer, se fiz as coisas da maneira mais aceitÔvel que eu poderia ter feito, em relação a comer e beber. 7 de Janeiro de 1723
41. Resolvi inquirir de mim mesmo no final de cada dia, de cada semana, mês e ano, onde e em que Ôreas poderia haver feito melhor e mais eficazmente. 11 de Janeiro 1723
42. Resolvi que, com frequência renovarei minha dedicação de mim mesmo a Deus, o mesmo voto que fiz em meu bptismo, o qual recebi quando fui recebido na comunhão da igreja e o qual reassumo solenemente neste dia 12 de Janeiro, 1722-23.
43. Resolvi que a partir daqui, atƩ que eu morra, nunca mais agirei como se me pertencesse a mim mesmo de algum modo, mas inteiramente e sobejamente pertencente a Deus, como se cada momento de minha vida fosse um normal dia de culto a Deus. SƔbado, 12 de Janeiro de 1723.
44. Resolvi que nenhuma Ôrea desta vida terÔ qualquer influencia sobre qualquer de minhas ações; apenas a Ôrea da vivência para Deus. E que, também, nenhuma ação ou circunstância que seja distinta da religião seja a que me leve a concretizar. 12 de Janeiro de 1723
45. Resolvi também que nenhum prazer ou deleite, dor, alegria ou tristeza, nenhuma afeição natural, nem nenhuma das suas circunstâncias co-relacionadas, me seja permitido a não ser aquilo que promova a piedade. 12 e 13 de Janeiro e 1723
46. Resolvi nunca mais permitir qualquer medida de qualquer forma de inquietude e falta de vontade diante de minha mĆ£e e pai. Resolvi nunca mais sofrer qualquer de seus efeitos de vergonha, muito menos alteraƧƵes de minha voz, motivos e movimentos de meu olhar e de ser especialmente vigilante acerca dessas coisas quando relacionadas com alguĆ©m de minha famĆlia.
47. Resolvido a encetar tudo ao meu alcance para me negar tudo quanto não seja simplesmente disposto e de acordo com uma paz benévola, universalmente doce e meiga, repleta de quietude, hÔbil, contente e satisfeita em si mesma, generosa, real, verdadeira, simples e fÔcil, cheia de compaixão, industriosa e empreendedora, cheia de caridade real, equilibrada, que perdoa, formulada por um temperamento sincero e transparente; e também farei tudo quanto tal temperança e temperamento me levar a fazer. Examinarei e serei severo e acutilante nesse exame cada semana se por acaso assim fiz e pude fazer. SÔbado de manhã, 5 Maio de 1723
48. Resolvi a, constantemente e atravĆ©s da mais acutilante beleza de carĆ”ter, empreender num escrutĆnio e exame minucioso e muito severo, para constatar e olhar qual o estado real de toda a minha alma, verificando por mim mesmo se realmente mantenho um interesse genuĆno e real por Cristo ou nĆ£o; e que, quando eu morrer nĆ£o tenha nada de que me arrepender a respeito de negligĆŖncias deste tipo. 26 de Maio de 1723
49. Resolvi a que tal coisa (de não ter afeto por Cristo) nunca aconteça, se eu a puder evitar de alguma maneira.
50. Resolvi que, sempre agirei de tal maneira, que julgarei e pensarei como o faria dentro do mundo vindouro apenas. 5 de Julho de 1723
51. Resolvi que, agirei de tal forma em todos os sentidos, como iria desejar haver feito quando me achasse numa situação de condenação eterna. 8 de Julho de 1723
52. Eu, com muita frequência, ouço pessoas duma certa idade avançada falarem como iriam viver suas vidas de novo caso lhes fosse dada uma segunda oportunidade de a tornarem a viver. Eu resolvi viver minha vida agora e jÔ, tal qual eu fosse desejar vivê-la caso me achasse em situação de desejar vivê-la de novo, como eles, caso eu chegue a uma sua idade avançada como a sua. 8 de Julho de 1723
53. Resolvi apetrechar e aprimorar cada oportunidade, sempre que me possa achar num estado de espĆrito sadio e alegremente realizado, para me atirar sobre o Senhor Jesus numa reentrega tambĆ©m, para confiar nEle, consagrando-me a mim mesmo inteiramente a Ele tambĆ©m nesse estado de espĆrito; que a partir dali eu possa experimentar que estou seguro e assegurado, sabendo que persisto a confiar no meu Redentor mesmo assim. 8 de Julho de 1723
54. Sempre que ouvir falar algo sobre alguƩm que seja digno de louvor e dignificante e o possa ser em mim tambƩm, resolvi tudo encetar para conseguir o mesmo em mim e por mim. 8 de Julho de 1723
55. Resolvi tudo fazer como o faria caso jĆ” tivesse experimentado toda a felicidade celestial e todos os tormentos do inferno. 8 de Julho de 1723
56. Resolvi nunca desistir de vencer por completo qualquer de minhas veleidades corruptas que ainda possam existir, nem nunca tornar-me permissivo em relação ao mĆnimo de suas aparĆŖncias e sinais, nem tĆ£o pouco me desmotivar em nada caso me ache numa senda de falta de sucesso nessa mesma luta.
57. Resolvi que, quando eu temer adversidades ou maus momentos, irei examinar-me e ver se tal não se deve a: não ter cumprido todo meu dever e cumprir a partir de então; e permitir que tudo o mais em minha vida seja providencial para que eu possa apenas estar e permanecer inteiramente absorvido e envolvido com meu dever e meu pecado diante de Deus e dos homens. 9 de Junho e 13 de Julho de 1723
58. Resolvi a nĆ£o apenas extinguir nem que seja algum leve ar de antipatia, simpatia fingida que encobre meu estado de espĆrito, impaciĆŖncia em conversação, mas tambĆ©m e antes poder exprimir um verdadeiro estado de amor, alegria e bondade em todos os meus aspectos de vida e conversação. 27 de Maio e 13 de Julho de 1723
59. Resolvi que, sempre que me achar consciente de provocaƧƵes de mĆ” natureza e de mau espĆrito, que me esforƧarei para antes evidenciar o oposto disso mesmo, em boa natureza e maneira; sim, que em tempos tal qual esses, manifestar a boa natureza de Deus, achando, no entanto, que em algumas circunstĆ¢ncias tal comportamento me traga desvantagens e que, tambĆ©m, em algumas outras circunstĆ¢ncias, seja mesmo imprudente agir assim. 12 de Maio, 2 e 13 de Julho
60. Resolvi que, sempre que meus próprios sentimentos comecem a comparecer minimamente desordenados, sempre que me tornar consciente da mais ligeira inquietude interior, ou a mĆnima irregularidade exterior, me submeterei de pronto Ć mais estrita e minuciosa examinação e avaliação pessoal. 4 e 13 de Julho de 1723
61. Resolvi que a falta de predisposição nunca me torne relaxado nas coisas de Deus e que nunca consiga retirar minha atenção total de estar plenamente fixada e afixada só em Deus, exista a desculpa que existir para me tentar; tudo que a fala de predisposição me instiga a fazer, abre-me o caminho do oposto para fazer. 21 de Maio e 13 de Julho de 1723
62. Resolvi a nunca fazer nada a nĆ£o ser como dever; e, depois, de acordo com EfĆ©sios 6:6-8, fazer tudo voluntariosamente e alegremente como que para o Senhor e nunca para homem; ā Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberĆ” do Senhor todo bem que fizerā. 25 de Junho e 13 de Julho 1723
63. Supondo que nunca existiu nenhum indivĆduo neste mundo, em nenhuma Ć©poca do tempo, que nunca haja vivido uma vida cristĆ£ perfeita em todos os nĆveis e possibilidades, tendo o Cristianismo sempre brilhante em todo o seu esplendor, e parecendo excelente e amĆ”vel, mesmo sendo essa vida observada de qualquer Ć¢ngulo possĆvel e sob qualquer pressĆ£o, eu resolvi agir como se pudesse viver essa mesma vida, mesmo que tenha de me esforƧar no mĆ”ximo de todas as minhas capacidades inerentes e mesmo que fosse o Ćŗnico em meu tempo. 14 De Janeiro e 3 de Julho de 1723
64. Resolvi que quando experimentar em mim aqueles āgemidos inexprimĆveisā, Romanos 8:26, os quais o Apóstolo menciona e dos quais o Salmista descreve como, ā A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanƧas a todo o tempo ā, Salmos 119:20, que os promoverei tambĆ©m com todo vigor existente em mim e que nĆ£o me ācansareiā (IsaĆas 40:31) no esforƧo de dar expressĆ£o a meus desejos tornados profundos nem me cansarei de repetir esses mesmos pedidos e gemidos em mim, nem de o fazer numa seriedade contĆnua. 23 De Julho e 10 de Agosto de 1723
65. Resolvi que, me tornarei exercitado em mim mesmo durante toda a minha vida, com toda a franqueza que Ć© possĆvel, a sempre declarar meus caminhos a Deus e abrir toda a minha alma a Ele: todos os meus pecados, tentaƧƵes, dificuldades, tristezas, medos, esperanƧas, desejos e toda outra coisa sob qualquer circunstĆ¢ncia. Tal como o Dr. Manton diz em seu sermĆ£o nr.27, baseado no Salmo 119. 26 De Julho e 10 de Agosto, 1723
66. Resolvi que, sempre me esforçarei para manter e revelar todo o lado benigno de todo semblante e modo de falar em todas as circunstâncias de toda a minha vida e em qualquer tipo de companhia, a menos que o dever de ser diferente exija de mim que seja de outra maneira.
67. Resolvi que, depois de situaƧƵes aflitivas, avaliarei em que aspectos me tornei diferente por elas, em quais aspectos melhorei meu ser e que bem me adveio atravƩs dessas mesmas situaƧƵes.
68. Resolvi confessar abertamente tudo aquilo em que me acho enfermo ou em pecado e também confessar todos os casos abertamente diante de Deus e implorar a necessÔria condescendência e ajuda dele até nos aspectos religiosos. 23 de Julho e 10 de Agosto de 1723
69. Resolvi fazer tudo aquilo que, vendo outros fazerem, eu possa haver desejado ter sido eu a fazĆŖ-lo. 11 de Agosto de 1723
70. Que haja sempre algo de benevolente toda vez que eu fale. 17 De Agosto, 1723.
Pois Ć©, como seria bom se os pastores desta era tivessem como referĆŖncia homens como Jonathan Edwards. Com certeza os frutos seriam outros.
Pense nisso!
Renato Vargens
Antes, gostaria de parabenizar-lo por nos presentear com a história de um homem de Deus que foi instrumentos para promoção de um avivamento genuĆno!
Admito que, hoje em dia, a palavra "avivamento" me causa calafrios! Pois esta, só me remete as bizarrices, as manifestaƧƵes absurdas sem base bĆblica e as revelaƧƵes particulares, nĆ£o fundamentadas na sĆ£ doutrina... Ć bom saber que houve um movimento que "trouxe vida" (o real sentido de "avivar") para uma comunidade.
ParabƩns!
por Ele
Resolvi seguir somente a biblia, somente o que manda DEUS, nada além disso, avivamento ?, vemos pastores incendiados de emoções conduzindo erroneamente seu rebanho, leiamos a palavra do SENHOR para não sermos enganados.
Gilbert Raposo, um aprendiz em Cristo Jesus.
Querido Pr. Renato,
Vejo nesta mensagem do blog o bom testemunho de um grande homem de Deus. Mas avivamento Ć© uma situação vivida sim em nossas igrejas renovadas pelo EspĆrito Santo. O Brasil recebe pastores e cristĆ£os do mundo todo, interessados em receber esse avivamento, pois Ć© a presenƧa de Deus certa, gerando experiĆŖncias tremendas e inexplicĆ”veis!
A Igreja Batista da Lagoinha, A Igreja Batista Aliança Eterna, Igreja Batista de Contagem (IBC), e muitas outras igrejas pentecostais têm vivido essas experiências e pode conversar até com o Pr. Cirilo sobre o assunto. à algo tremendo e inexplicÔvel!
Maravilhoso e que Deus tem trazido ao nosso coração pra que saciados saiamos ao campo e ganhemos muitas almas pra Ele. Um abraço.
Cara Alexia,
Sou obrigado a discordar da sua discordância...
Não vou afirmar nada, ao invés disto farei algumas perguntas:
Quais são os frutos deste dito "avivamento" pelo qual nossa nação supostamente esta passando? Muitas conversões? Qual a qualidade da fé que estÔ sendo gerada nestas pessoas por este "avivamento"?
Experiencias "tremendas e inexplicÔveis"? Que "experiencias" são estas? Você se refere a "sinais"? Você é do tipo que aguarda sinais?
Você jÔ parou para assistir alguns dos mais influentes Tele-EUvangelistas do Brasil e/ou do Mundo? (a maioria, se não todos, de raiz pentecostal)
VocĆŖ concorda com a doutrina pregada por estes senhores?
Virem para o Brasil para receber? Receber o que? Uma nova unção? Existem "novas unções"?
Fica com Ele!
O CONHECI ATRAVEZ DO AMIGO E PR. CIRO, GOSTEI DO BLOG E VOU SEGUI-LO!
PAZ AMADO
Alexia,
Se vocĆŖ acha que estĆ” havendo um avivamento no Brasil, por favor, assista esse vĆdeo, e as coisas ficarĆ£o mais claras:
http://www.youtube.com/watch?v=3GwQSrNlDrw
Um abraƧo.
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