Por Renato Vargens
Esta semana estive relendo o testamento do Reformador João Calvino, o qual compartilho abaixo:
“A respeito dos poucos bens terrenos que Deus me deu aqui para dispô-los, eu nomeio e indico como o meu único herdeiro, meu amado irmão Antony Calvino, mas somente como honrado herdeiro, concedendo-lhe o direito de possuir nada mais, senão a taça que ganhei de Monsieur de Varennes, e suplico-lhe que fique satisfeito com isto, como eu estou bem certo de que ele será, pois ele sabe que fiz isto por nenhuma outra razão, senão que o pouco que deixo possa permanecer para os seus filhos. Em seguida, deixo para a Academia dez moedas de cinco xelins, e para o tesouro dos pobres estrangeiros a mesma soma. Igualmente, para Jane, filha de Charles Costan e minha meia-irmã, por assim dizer, por parte de pai, a soma de dez moedas de cinco xelins; e ainda, para cada um de meus sobrinhos, Samuel e João, filhos de meu supracitado irmão, quarenta moedas de cinco xelins; e para cada uma de minhas sobrinhas, Anne, Susannah e Dorothy deixo trinta moedas de cinco xelins. Também para o meu sobrinho David e seu irmão, pois ele tem sido imprudente e inseguro, deixo-lhe, porém, vinte e cinco moedas de cinco xelins como uma punição. Este é o total de todos os bens que Deus me deu, de acordo com o que fui capaz de avaliar e estimá-los, quer sejam em livros, mobília, objetos de prata, ou qualquer outra coisa. De qualquer modo, é possível que o resultado da venda remonte a alguma coisa mais, entendo que poderia ser distribuído entre meus citados sobrinhos e sobrinhas, sem excluir David, se Deus tiver lhe concedido graça para ser mais moderado e sério. Mas, creio que a respeito deste assunto não haverá dificuldade, especialmente quanto às minhas dívidas que serão pagas, como tenho encarregado a meu irmão em quem confio, nomeando-o executor deste testamento junto ao respeitável Laurence de Normandie, concedendo-lhes poderes e autoridade para fazer um inventário sem qualquer forma judicial, e negociar minha mobília para levantar dinheiro dela de modo a consumar as orientações deste testamento como ele está aqui firmado por escrito, neste dia 25 de Abril de 1564.'
Ué? Onde estão os terrenos e propriedades deste grande homem de Deus? Não foi ele o grande reformador e transformador social de Genebra? Como tal, não deveria ser rico e possuidor de muitos bens? Pois é, diferente dos profetas de hoje, Calvino jamais se locupletou daquilo que não lhe pertencia. Fico a pensar no conteúdo do testamento de alguns tele-evangelistas e apóstolos dos nossos dias. Possivelmente, alguns destes destinariam a seus familiares suas singelas casas em Boca Raton, ou suas mansões em condomínios fechados na Barra da Tijuca, além obviamente de seus modestos aviões e carros importados.
Pobre Calvino, não teve unção suficiente para tirar das mãos do diabo as riquezas deste mundo. Coitadinho, não soube "mover" no mundo espiritual, por isso morreu a mingua. Se tivesse determinado a bênção com fé, prosperaria e não teria passado a vergonha de ter morrido pobre.
Ora, ironias a parte, confesso que a teologia da prosperidade me enoja. Ouvir pregações cuja ênfase é a riqueza deste mundo me angustia profundamente.
Ao contrário destes lobos vorazes, Calvino nunca decretou ou determinou a bênção ou enriquecimento dos filhos de Deus. Seu testamento aponta para o fato de que mesmo tem sido o que foi ,Ele jamais tomou para si aquilo que não lhe pertencia.
Dias difíceis os nossos!
Pense nisso!
"O apego as coisas materiais nos separam de DEUS ", o enriquecimento
de certos ministérios/pastores afronta com a pobreza que nos rodeiam, tudo isso é vaidade e falta de fraternidade, os técnicos em teologia e não pregadores do reino, são verdadeiros pidões em alta escala não se enquadram no que fala em Lucas 3:11, é muito blá, blá, blá.
Fiquem na paz de JESUS.
Gilbert Raposo, um aprendiz em Cristo Jesus.
Li em uma comunidade do orkut que Jesus não sabia 'determinar' e não ensinou a seus apóstolos. Afff!!! Se Jesus não ensinou era porque não era pra ser ensinado, então não é pra ser praticado.
Paz Pr. Renato,
Se Calvino tivesse a "unção" que estava sobre o Kenneth Hagin, ou Morris Cerullo, isso não teria acontecido. Pois, segundo Hagin, parece que Calvino não entendeu o texto grego pois não entendeu que aiteo significa determinar (sic). E, segundo o Cerullo, não soube negociar a venda da Bíblia de Genebra.
Ironias a parte, como o sr., também fico angustiado com tanta proclamação de "vitória", proclamações estas que tem gerados crentes passivos e apáticos, que só olham para o seu umbigo, enquanto o mundo está indo de mal a pior, e ainda dão a desculpa de que é "porque jaz no maligno".
Se temos que determinar algo, é o fim desse "evangelho anatena" que tem gerado "crentes", mas não regenerado pecadores.
Em Cristo,
Ednaldo.
Caro pr. Renato,
Atualmente, analisando minha própria vida, tenho feito a seguinte reflexão :
"o que há de errado com o PÃO NOSSO DE CADA DIA "? Será que também nos fartamos do maná ??
Esta é uma reflexão que, em primeiro lugar, passa pela minha vida e acredito que deva ser feita por muitos.
Vejo que o Senhor tem sido extremamente Fiel em cumprir esta promessa(sustento diário). Creio que Calvino aprendeu a reconhecer, desfrutar e agradecer a provisão que o Senhor sempre lhe deu. Para fazer um testamento, certamente todas as coisas que possuía eram valiosas pois vieram de um lugar santo.
Irmãos, creio que este texto nos convida a :
- reconhecer o suprimento do Senhor;
- valorizar o que temos;
- aprender a agradecer e desfrutar o "PÃO NOSSO DE CADA DIA" com sabedoria e equilíbrio.
Pastor, Renato, muito obrigada.
Receba a paz do Nosso Amado Senhor e Salvador.
ELiana
Eliana,
Extremamente abençoadora esta frase:
"o que há de errado com o PÃO NOSSO DE CADA DIA "? Será que também nos fartamos do maná ??"
Se e permite, escreverei a respeito.
Abraços,
Renato VArgens
Caro Renato,
Muito boa sua postagem. E Calvino é quem é o "carrasco" da história, somento porque cria nas doutrinas da Graça! É uma pena que muitos dos seus críticos não saibam de fatos como esse que você expôs.
Um abraço!
opticareformata.blogspot.com
Na realidade, trata-se de codicilo, bens de pouco valor, esmolas de pouca monta. Testamentos farão, certamente, os megapastores da atualidade, isto é, se não desejarem levar seus bens terrenos quando partirem rumo "ao desconhecido", pois desconheço seu rumo, já que pregam tudo menos o Evangelho.
Moral da história: Ser determinado, hoje, é prescrever que Deus nos conceda bens, ou, em alguns casos, persuadir fiéis.
É isso. Amplexo.
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