Renato Vargens
Em nome da contextualização e da necessidade de se modernizar a propagação da Palavra de Deus, tem sido comum por parte de alguns pastores e líderes evangélicos a utilização de estratégias diferenciadas na “evangelização”. A cada instante, movidos por poderosas revelações, novas e mirabolantes estratégias têm sido criadas na expectativa de arrebanhar para os apriscos da fé, um número cada vez mais significativo de jovens. E é pensando assim que eventos dos mais estranhos possíveis têm sido criados por parte da liderança evangélica neste país, como por exemplo, o haloween gospel. Aliás, você já reparou que nós evangélicos temos a facilidade de transformar tudo em gospel?
Pois é, para piorar as coisas, fiquei sabendo de uma igreja que movida por uma nova estratégia, instituiu uma festa, (obviamente de ênfase gospel), denominada “Festa dos Sinais”. A proposta desta festa é proporcionar aos jovens a possibilidade de arrumar um namorado, ou alguém que ainda que momentaneamente possa trocar uns deliciosos beijos gospel. É assim que num ambiente de muita música, luzes e euforia, os participantes, colocam visivelmente em seus corpos, broches ou fitas nas cores verde, amarela, ou vermelha.
As utilizações destas cores trazem por si só os seguintes simbolismos: Os que usam o vermelho estão dizendo em outras palavras que estão impossibilitados de contrair uma nova relação, já os que portam a cor amarela, afirmam que estão interessados em alguma pessoa, não sendo necessariamente alguém da festa, agora, já os que usam o verde, estão demonstrando a todos os participantes a sua disponibilidade para uma nova relação.
Prezados, confesso que estou absolutamente perplexo e preocupado com os rumos da igreja evangélica brasileira. Isto porque, em detrimento do “novo” têm-se optado por um caminho onde se negocia o que não se pode negociar. Por favor pare, pense e responda: cadê o compromisso com a Santa Palavra de Deus? Onde está o imperioso desejo de se fazer à vontade do Senhor em todos os momentos da vida?
Diante da enorme multiplicação dos evangélicos brasileiros é inevitável que não lembremos do sermão pregado pelo Dr. Billy Grahan no dia 19 de junho de 1969. Na ocasião o famoso evengelista declarou que Estados unidos precisava desfazer-se na enorme quantidade de pessoas nas ditas igreja evangélicas. Grahan afirmou que a igreja podería fazer muito melhor o seu trabalho se seus membros fossem discípulos dedicados e disciplinados.
Ao declarar isto, Billy Grahan o faz num contexto onde a maioria da população norte-americana considerava-se protestante. Isto porque, nos cultos dominicais os templos estavam cheios e repletos de pessoas, as quais religiosamente “prestavam seu culto a Deus.” Hoje no Brasil, a maioria não é evangélica, no entanto, percebe-se a olhos vistos que o número daqueles que se consideram evangélicos é a cada dia mais elevado. Entretanto, sou obrigado a confessar que boa parte destes que freqüentam os nossos cultos não tiveram uma genuína experiência de conversão. Na verdade, tais pessoas, movidas pelo liberalismo, além de uma fé fundamentada no hedonismo, procuram em Deus as bênçãos que tantam necessitam.
Em alguns lugares deste imenso país ser crente virou moda. Isto porque, artistas, modelos e jogadores de futebol, além de socialites e emergentes, descobriram na fé cristã um tipo de amuleto pelo qual podem ser protegidos da inveja e do mal. Infelizmente, disciplina, oração e santidade não fazem parte da práxis de vida de muitos, aliás, para estes, Deus não passa de um galardoador, ou interventor, o qual mediante as orações determinantes submete-se a vontade de seus filhos atendendo todos os seus “decretos” instantaneamente.
Será que no Brasil não estamos com “crentes demais”? Será que os escândalos que tem tomado por assalto os nossos jornais, continuariam a acontecer se tivéssemos em nossos templos menos pessoas e mais gente compromisada com o reino? Acredito que o “evangelho” que temos pregado tem contribuído para a inchação de nossas congregações, levando-nos a impressão de que este evangelho fashion é que faz a diferença no mundo em que vivemos.
Caro leitor, a igreja brasileira necessita voltar a Palavra, redescobrir o quarto de oração, viver de forma santa, não negociando JAMAIS os valores do reino. Sem sombra de dúvidas seguir a Jesus é o melhor e mais fascinante projeto de vida. Portanto, deixe pra lá os valores desta era e desfrute de momentos harmônicos, plenos e saudáveis na presença do Senhor, até porque só assim a vaca não irá para o brejo.
Soli Deo Gloria
Renato Vargens
Acho que não só a vaca vai para o brejo, mas também bodes e ovelhas,
Mateus 22:29, tão perto de nós pastor temos esse tipo de ancora chamativa, promovida por um membro de uma igreja muito proxima de nós.
Gilbert Raposo, um aprendiz em Cristo Jesus.
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