Ultimamente tornou-se comum encontrarmos alguns pastores defendendo a ideia de que a igreja precisa ser diferente e que em virtude disso ela não deve possuir rótulos. Nessa perspectiva, tem sido comum encontrar vários líderes desconstruindo valores e conceitos que nos são caros e ao mesmo indispensáveis a saúde da igreja.
Os que defendem uma igreja deste naipe acreditam que qualquer tipo de "reverência litúrgica" precisa ser rejeitada, visto que do ponto de vista eclesiástico um culto "engessado" é caracterizado unicamente por música congregacional e pregação da palavra, o que segundo alguns é insuficiente para caracterizar um culto moderno. Nessa perspectiva, em nome da contextualização as igrejas em questão terceirizaram a liturgia incluindo nelas aspectos artísticos e culturais, cujo foco prioritário é satisfação do fiel e não a glória de Deus.
Nessa perspectivam uma igreja americana resolveu inovar com um louvor "a la Cirque de Soleil." O pastor Bryan Meadows, fundador da Embassy Church International em Atlanta (EUA), anunciou (pasmem só) que sua igreja usará trapezistas como parte do momento de louvor e adoração em todos os cultos. Se não bastasse a famigerada e antropocêntrica dança litúrgica, eis que surge agora uma nova prática de entretenimento gospel.
No Brasil, (como não poderia deixar de ser) em nome de uma espiritualidade barata e superficial canta-se muito, dança-se muito, como também se relativiza o púlpito pregando um evangelho antropocêntrico e ensimesmado.
Como já escrevi anteriormente eu creio na importância da contextualização, bem como na relevância de divulgarmos o evangelho de forma inteligível, contudo, penso que transformar a igreja num tipo de "circo" ou num grande teatro onde a fé é encenada, significa empobrecer a proclamação do evangelho, o qual deveria ser anunciado mediante a exposição das Escrituras. Ressalto também que creio na relevância e importância dos atos litúrgicos, e que um culto centrado em Cristo tem em si as marcas do bom senso, onde música, leitura da Bíblia, orações, e intercessões se fazem presentes visando exclusivamente a glória de Deus.
Isto posto concluo afirmando que a linha existente entre contextualizar e miscigenar a fé é extremamente tênue e que muitos no desejo de atrair os incrédulos, tem trilhado caminhos perigosos e que no fim poderão produzir estragos dos mais terríveis possíveis.
Pense nisso!
Renato Vargens
Já quem assiste são os palhaços desse picadeiro. O Senhor tenha misericórdia de todos nós!
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