Apresentação do livro “Reforma Agora” de Renato Vargens por Franklin Ferreira.
Assim como foi necessária uma Reforma contra os abusos da igreja
católica romana no século XVI, a igreja hoje clama por uma reforma
contra as distorções dos ensinamentos do verdadeiro evangelho.
Este livro de Renato Vargens não é apenas uma denúncia do estado em que segmentos da igreja evangélica brasileira se encontra. A história desta lembra a descrição oferecida pelo mártir cristão Dietrich Bonhoeffer, ao falar do estado da religião que ele encontrou nos Estados Unidos em meados de 1930:Protestantismus ohne Reformation, “protestantismo sem reforma”.Tristemente, vocábulos importantes da fé cristã, como pecado, arrependimento, juízo, justiça, cruz, e até mesmo Cristo e ressurreição vão desaparecendo do discurso de parte dos evangélicos brasileiros.Em algumas faculdades teológicas e mesmo denominações há aqueles, associados ao liberalismo teológico, que substituíram a confiança na revelação pela suposição de que se pode encontrar a verdade por meio da racionalidade, como se, do começo ao fim, Deus não viesse a nós, em revelação. Entre os novos movimentos religiosos neopentecostais há aqueles que supõem poder controlar pelo uso de palavras mágicas o Deus vivo, o Senhor dos exércitos, o todo-poderoso Pai, Filho, Espírito Santo. Melancolicamente, estas palavras, definidoras do cristianismo, foram esvaziadas e substituídas por todos aqueles associados a estes grupos.Todos estes abandonaram o Evangelho, correndo atrás de outro tipo de anúncio (Gl 1.6-9), mera perversão ou caricatura, mas não a boa nova da salvação de que, por meio da morte e ressurreição de Cristo, pecadores podem ser justificados pela fé somente.O que essa obra oferece é um chamado ao fundamento da fé cristã, como encontrado nos famosos lemas que resumem o cerne da mensagem bíblica e evangélica: Deus fala a todos somente na Escritura (sola Scriptura); somos salvos somentepela graça imerecida (sola gratia), que vem aos pecadores somente por meio da morte de Cristo (solus Christus); e este é recebido pela fé somente (sola fide); para que em tudo somente Deus receba o louvor e a glória (soli Deo gloria).Precisamos receber e nos agarrar esta mensagem bíblica e evangélica com toda a seriedade. E sobre isso faríamos bem em ouvir com temor o reformador Martinho Lutero. Em 1522, ele preparou uma série de sermões de Natal para sua congregação, e num deles afirmou:O guarda de um bordel público é menos pecador que o pregador que não entrega o verdadeiro Evangelho, e o bordel não é tão ruim assim como a igreja do falso pregador. (…) Isto os surpreende? Lembrem-se de que a doutrina do falso pregador não causa nada mais que dia-a-dia desviar e violar almas recém-nascidas no batismo — cristãos jovens, almas tenras, noivas virgens, puras e consagradas a Cristo. Considerando que o mal é feito espiritualmente e não fisicamente como num bordel, ninguém o observa: mas Deus está incomensuravelmente descontente.Que Deus use esta nova obra de meu querido irmão Renato Vargens para quebrantamento, renovação e retorno a Deus, que é rico em misericórdia, não apenas para renovar nossa alegria nele, mas também para nos conceder novo alentoe renovada paixão para pregar a Escritura Sagrada, “o berço pelo qual o Cristo vem a nós” (Lutero).Franklin FerreiraDiretor do Seminário Martin Bucer
Trecho do livro “Reforma Agora”, de Renato Vargens, futuro lançamento da Editora Fiel para Setembro/2013
Sim, para a reforma na Igreja Brasileira.
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