segunda-feira, março 12, 2012

A Bíblia está ultrapassada?

Por Renato Vargens

Há pouco escrevi um texto explicando sete razões porque não creio no ministério pastoral feminino.

Pois é, bastou falar sobre isso que surgiram inúmeros comentários no facebook, twitter e Blog dizendo que não deveríamos levar as Escrituras Sagradas ao pé da letra, mesmo porque, elas estão ultrapassadas. Para piorar a situação, outros de forma extremamente agressiva afirmaram que o Apostolo Paulo não poderia ser levado em consideração, visto que era machista, e que o mundo evoluiu e que por consequinte, a Bíblia não pode responder todos os questionamentos da sociedade.

Caro leitor,  ao contrário de muitos eu creio na Bíblia como minha única e exclusiva regra de fé.Em virtude disso não fundamento aquilo  creio em experiências místicas, achismos ou interpretações equivocadas.

Para mim, as Escrituras são por definição a única Palavra de Deus escrita como também a única expressão verbal das verdades de Deus publicamente acessível, visível, e infalível no mundo. A Bíblia possui suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; e somente ela é o árbitro de todas as controvérsias. Ela é a norma normanda e não a norma normata para todas as decisões de fé e vida. Se junta a isso o fato, de que a autoridade das Escrituras é superior à da Igreja, da tradição como também de qualquer estrutura hierárquica religiosa.

Os reformadores consideravam que somente as Escrituras possuíam a palavra final em matéria de fé e prática. João Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia. Para o reformador francês a Bíblia era a Palavra de Deus. Calvino também afirmou que a Bíblia era o único escudo capaz de nos proteger do erro.

Para o protestantismo a Bíblia é a revelação verbal de Deus. É Deus falando aos homens. É a voz do próprio Deus. O apóstolo Paulo ao escrever a sua 2ª epistola a Timóteo afirmou que “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. ” Pedro em sua 2ª carta, explicou que os homens que escreveram as Escrituras foram “inspirados pelo Espírito Santo”, para que nenhuma parte dela fosse “produzida por vontade de homem algum” ou pela “interpretação particular do profeta”

Além disso, também vale à pena ressaltar a infalibilidade da Bíblia. A Bíblia não contém erros. Ela é correta em tudo o que declara, visto que Deus não mente ou erra. Tudo aquilo que nela está escrito é a mais pura verdade. Jesus disse que “a Escritura não pode ser anulada” , e que é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei”

A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, ela é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado. Nenhum credo, concílio ou indivíduo tem o poder de constranger a consciência do crente em Jesus contrariando aquilo que está exposto na Bíblia.

Diante destas maravilhosas afirmativas asseguro sem a menor sombra de dúvidas que todo o conteúdo das Escrituras foi inspirado pelo Senhor, o que nos dá plena convicção de que não existe nenhum equivoco em denominar a Bíblia como “a Palavra de Deus”. Isto posto, concluo que não existe nenhum outro modo de se conhecer a Deus, superior ao estudo das Escrituras, como também, não existe nenhuma outra fonte de informação sobre Deus mais precisa, acurada e compreensiva que a Sua Palavra.

Isto, posto, diante de qualquer controvésia, jamais considerarei as Escrituras como ultrapassadas. Para mim, Bíblia é atual e absolutamente inerrante.

Faço minhas as palavras de Martilho Lutero:

"A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém."

Soli Deo Gloria,

Renato vargens
José Francisco da Silva disse...

Pastor Renato, embora já o tenha acompanhado em seu blog desde o início de 2011, somente agora faço este pequeno contato para informar que usei parte de suas palavras encontradas nesta matéria. Meu nome é José Francisco da Silva, membro da IPB de Itamaraju, BA, atualmente servindo ao Senhor como evangelista em duas congregações locais. Tenho um humilde e iniciante blog - http://josefranciscodasilva.blogspot.com/ - com o qual pretendo alcançar pessoas de minha localidade. Se achar conveniente, retiro meu post.
Agradeço a Deus por sua vida e O louvo por aprender dEle por meio de suas matérias e comentários. Obrigado!

dvscp99122 disse...

Irmão Renato.
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Como diziam os reformadores "Sola Scriptura".
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Ela é a nossa base de conduta e regra de fé.
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A nossa única referência inerrante no que se refere ao conhecimento de Deus. Inerrante pois é divinamento inspirada.
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Amo a Deus e a Sua Palavra e para mim ela jamais será ultrapassada.
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"Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. "1 Pedro 1:23 (ACR).
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A paz.
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Luiz Felipe

Josué de Oliveira disse...

Não, a Bíblia não está ultrapassada. Não é isso que colocam em questão aqueles que defendem o ministério pastoral feminino. Dizer que uma certa passagem que contém uma recomendação paulina (e o que Paulo muita das vezes faz é recomendar, não proferir mandamentos) não deve mais valer para nosso tempo, uma conjuntura muito afastada da época em que a recomendação foi proferida, não só temporalmente mas culturalmente, não é automaticamente incorrer na afirmação (inteiramente equivocada) de que a Bíblia está ultrapassada.

Mas trata-se, a meu ver, de uma postura válida e respeitosa aquela de relativizar certos textos do Novo Testamento, desde que se encontrem na própria Escritura os argumentos para tal postura. De minha parte, observo em toda a argumentação paulina, toda sua re-intepretação das Escrituras à luz do ministério de Cristo, uma base bastante sólida para que o ministério pastoral feminino não seja encarado como "distorção teológica". Paulo afirma efusivamente a nova criação da qual Cristo é a primícia, e como a perfeita liberdade nos abraça uma vez que a graça tenha nos alcançado. "Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." - Gálatas 3:28. O que Paulo está proferindo, uma equiparação de todos, não havendo mais graus que nos separem, sejam esses graus de que natureza forem, ME PARECE depor contra sua própria recomendação pelo não sacerdócio da mulher. Quais seriam os bons motivos da não referendação do ministério pastoral feminino? Já sabemos, pelo que o próprio Paulo disse, que não existem diferenças após Cristo - "todos vós sois um". Não estou dizendo que aí acha-se um erro na Escritura, mas certamente é uma tensão entre dois textos, que devemos fazer nosso melhor para resolver. A única solução que encontro (novamente, uma opinião pessoal) é pensar que tal tensão é fruto da cultura na qual Paulo estava inserido. Sei que pode parecer uma resposta automática, mas ela tem seu sentido - todos estão condicionados culturamente em alguma medida. Somente dessa maneira consigo resolver a questão em minha mente de por que Paulo anuncia o nivelamento de todos para, em outra epístola, dizer que as mulheres devem ficar caladas nas igrejas e etc. Seu raciocínio de Gálatas 3:28 leva lógica e necessariamente a uma direção contrária, mas ele não a segue: aí entra o condicionamento cultural.

E tenho uma outra observação, Pr. Renato, sobre seu post sobre ordenação feminina. O senhor diz no terceiro ponto que a visão defendida pela Bíblia é o complementarismo e não o igualitarismo. O problema é que o senhor não apresenta argumentos em defesa dessa tese, apenas diz: "As Escrituras não defendem o Igualitarismo e sim o complementarismo." Nenhum texto prova, nada. Dessa forma, nada transparece em seu texto que me leve a acreditar que essa é a visão bíblica, afinal de contas. É preciso provas do que se afirma. E elas são sempre bem-vindas. Até lá, prossigo não enxergando qualquer problema na ordenação feminina.

Abraços, Paz.

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