quarta-feira, novembro 04, 2015

DESCONSTRUINDO MITOS SOBRE CALVINO



Eu particularmente tenho sido abordado por irmãos queridos sobre a vida de Calvino. Na verdade, os conceitos e ideias que alguns possuem sobre o Reformador francês são extremamente equivocados. O meu amigo Franklin Ferreira, publicou no "Voltemos o Evangelho" alguns mitos que parte da igreja brasileira tem desenvolvido sobre o reformados, os quais resolvi reproduzir abaixo.

Vale a pena a leitura!

Renato Vargens

Desconstruindo mitos sobre Calvino

Mito: Calvino inventou a doutrina da predestinação. 

Fato: Entre outros, Agostinho, Anselmo, Aquino, Lutero e Zwinglio ensinaram e escreveram sobre a doutrina da predestinação antes de Calvino, enfatizando a livre graça de Deus triunfando sobre a miséria e escravidão ao pecado. 

Mito: A doutrina da predestinação é central na teologia de Calvino. 

Fato: Em seus escritos, especialmente nos comentários, Calvino trata do tópico quando o texto bíblico exige. E como alguns eruditos têm sugerido, o tema central de sua teologia parece ser a união mística do fiel com Cristo. 

Mito: Calvino não tinha interesse em missões. 

Fato: Entre 1555 e 1562 um total de 118 missionários foram enviados de Genebra para o exterior – um número muito superior ao de muitas agências missionárias da atualidade. E os primeiros mártires da fé evangélica nas Américas foram enviados por Calvino ao Brasil para encontrar um lugar de refúgio para os reformados perseguidos na Europa e evangelizar os índios. 

Mito: A crença na predestinação desestimula a oração. 

Fato: Calvino escreveu mais sobre a oração do que a predestinação nas Institutas, enfatizando a oração como um meio de graça por meio do qual a vontade de Deus é realizada e suas bênçãos são derramadas. 

Mito:Calvino é o pai do capitalismo. 

Fato:As forças que moldaram o capitalismo moderno já estavam presentes na cultura ocidental cerca de 100 anos antes da reforma. O que Calvino valorizou em seus escritos foi o estudo, o trabalho, a frugalidade, a disciplina e a vocação como meios de superar a pobreza. Ele não condenou a obtenção de lucros advindos do trabalho honesto. 

Mito: Calvino foi o ditador de Genebra. 

Fato: Ele tinha pouca influência sobre as decisões acerca do ordenamento civil da cidade e não tinha direito de voto em decisões políticas ou eclesiásticas no conselho municipal. Sua influência era persuasiva, por meio de seus sermões e escritos. Em países influenciados pelo pensamento calvinista não surgiram ditadores, nem nas esferas políticas muito menos nas eclesiásticas.

Mito:Calvino mandou matar Miguel Serveto.

Fato: Serveto foi executado por ordem do conselho municipal de Genebra por heresia, especialmente por negar a doutrina da Trindade. Ele havia sido condenado pelas mesmas razões por dois tribunais católicos, só escapando da morte por ter fugido da França. Inexplicavelmente ele foi para Genebra. No fim, todos os reformadores europeus apoiaram unanimemente a decisão do conselho de Genebra. 

Mito: Os ensinos de Calvino são social e politicamente alienantes. 

Fato: Pode-se ver a influência do pensamento de Calvino na revolução puritana de 1641 e na primeira deposição e execução de um rei tirano em 1649, na Inglaterra; no surgimento do governo republicano (com a divisão e alternância do poder, além de ênfase no pacto social); na revolução americana de 1776; na libertação dos escravos e na defesa da liberdade de imprensa. 

Mito: Calvino não tinha interesse em educação. 

Fato: Calvino não só inaugurou uma das primeiras escolas primárias da Europa como ajudou a fundar a Universidade de Genebra, em 1559. Algumas das mais importantes universidades do ocidente, como Harvard, Yale e Princeton foram fundadas por influência dos conceitos educacionais do reformador francês. A imagem permanente associada às igrejas reformadas é que estas sempre têm uma escola ao lado. 

Mito: Os ensinos de Calvino não são bíblicos. 

Fato: Calvino enfatizou fortemente a autoridade e prioridade das Escrituras e praticamente inaugurou o método histórico-gramatical de interpretação bíblica. Escreveu comentários sobre quase todo o Novo Testamento e grande parte do Antigo Testamento, além de milhares de sermões. E sua grande obra foi as Institutas da Religião Cristã, que seria “uma chave abrindo caminho para todos os filhos de Deus num entendimento bom e correto das Escrituras Sagradas”. O reformador francês lutou para que toda a sua cosmovisão estivesse debaixo da autoridade da Bíblia. 

Não quero tratar Calvino de forma não-crítica ou iconográfica. Ele era consciente de suas fraquezas e pecados, e suas muitas orações preservadas dão testemunho de sua humildade e dependência da graça abundante de Deus em Jesus Cristo. O que almejo é levar o amado leitor a deixar de lado as caricaturas e ir direto à fonte, estudando e meditando nas obras de Calvino, reconhecendo-o e levando-o a sério como mestre da igreja (praeceptor eccleisiae). Os benefícios de tal estudo serão incalculáveis para sua vida e para aqueles ao seu redor. 

Franklin Ferreira
Unknown disse...

O grande problema dos calvinistas é o endeusamento de Calvino,o Calvinismo tem muitos problemas para responder alguns textos biblicos,não sou Arminiano não conheço muito sobre arminianismo,tenho lido muito sobre o calvinismo mas, não concordo com a forma como o calvinismo pensa sobre soteriologia,soberania e tudo mais,o calvinismo faz uma força muito grande para conseguir responder alguns textos biblicos que vão contra sua linha de pensamento.

Anônimo disse...

Sinceramente, só não entendo a agressividade com a qual as pessoas lidam com a questão da predestinação. As pessoas podem não compreender ou não concordar, mas quando vejo debates relacionados a esse tema, vejo uma certa agressividade da parte de quem não concorda.

O problema, pelo que vejo não é nem contra Calvino em si, mas contra a palavra "predestinação", que no Brasil é "demonizada" pela maioria dos evangélicos (não sei quanto lá fora). Em algumas igrejas, pelo que percebo, substituem "predestinação" por "presciência", que são duas palavras diferentes, para se tornar mais aceitável para todos, e nisso percebo até uma certa desonestidade intelectual.

Relacionado a esse tema, as pessoas tem todo direito de não concordar e não podem ser descriminadas por sua opinião (e isso serve para o outro lado também), mas não tem como negar que é bíblico.

Por mais que tenhamos opiniões diferentes, que tenhamos respeito a todos!

Diego Sodré

Neto Casaroli disse...

A questão da eleição é um ponto que gera muita discussão. Segue link para uma breve, mas muito boa explicação de Paul Washer...

https://www.youtube.com/watch?v=gUBvxOogOKw

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