quinta-feira, maio 16, 2013

E o seu pastor? Em que perfil ele se encaixa?


Por Renato Vargens

Outro dia ouvi uma história a qual compartilho com vocês.

Uma irmã (a qual por questões obvias não posso revelar o nome), passou pela seguinte experiência:

Em um final de culto movida por um grave problema pessoal, a irmã em questão, procurou o seu pastor no desejo de abrir o coração pedindo-o, que este lhe ajudasse em aconselhamento pastoral. O pastor, sem poder ouvi-la naquele momento, até porque, muita gente desejava lhe falar e principalmente lhe cumprimentar em virtude do maravilhoso sermão pregado, solicitou à irmã que procurasse a secretaria da igreja e agendasse um encontro.

Assim foi feito. No dia seguinte a irmã procurou a secretaria tentando agendar o encontro pastoral, no entanto, para sua surpresa, a secretária lhe informou que o pastor não teria agenda livre para os próximos cinco meses, o que impossibilitaria o seu atendimento. A moça se desesperou, implorou, pediu pelo amor de Deus, mais nada pôde ser feito. A secretária explicou que o pastor tinha já agendado muitos encontros, jantares, viagens e conferências que tinham que ser priorizadas e que o máximo que ela poderia fazer era encaixá-la num atendimento quatro meses depois.

A moça saiu da igreja naquela manhã de segunda-feira pior do que entrara, na verdade, agora ela se sentia deprimida, desvalorizada e sem perspectiva alguma de ser ajudada em seu problema. O pastor a qual ela pensava que poderia ajudá-la infelizmente não poderia fazê-lo.

Seis meses se passaram e a moça desiludida, bem como desesperançosa, não fora mais à igreja. Para sua tristeza, ninguém, absolutamente ninguém, a procurou querendo saber o motivo de sua ausência. Até que um dia, o pastor da igreja a encontrou  na instituição onde ela trabalhava. Ao encontrá-la,  o pastor não esboçou nenhum comentário quanto a sua ausência, na verdade, a única coisa que falou, é que estava correndo, em virtude da grande e complexa agenda.

Não sei o que você pensa e sente ao ler essa pequena história. Quando soube do fato fui tomado por uma enorme perplexidade que me fez questionar sobre o papel pastoral nos dias de hoje.

Por favor, pare, pense e responda: 

Aonde estão os pastores do povo de Deus? Aonde estão aqueles que por amor ao Rei, largam as 99 ovelhas em detrimento a uma que se perdeu?

Caro leitor, vivemos uma crise de pessoalidade, alguns pastores se tornaram estrelas da fé, imponentes, poderosos e exageradamente impessoais. Lamentavelmente as mensagens pregadas nos púlpitos são frutos diretos de um marketing religioso onde o principal objetivo o engrandecimento de alguns. Infelizmente os pastores têm se preocupado mais com a porta de entrada do que com a porta de saída. O fluxo e refluxo dos que entram e saem dos nossos templos é impressionante. Vivemos numa era onde as pessoas são coisificadas, onde seres humanos, criados a imagem e semelhança de Deus são representados por números.

Nossa geração mais do que qualquer outra necessita de pastores de almas, necessita de gente abnegada, que se preocupa com a dor do próximo e que tem prazer em cuidar da ovelha ferida.

E o seu pastor? Em que perfil se encaixa? É ele um pastor de almas ou um marqueteiro da fé?

Boa pergunta, não é verdade?

Que Deus tenha misericórdia de seu povo e nos conceda pastores segundo o seu coração.

Sole Deo gloria,

Renato Vargens
Robson Lelles disse...

Desde que a moda do "carreirismo pastoral" começou a dizimar ministérios, essa terrível situação vem se tornando cada vez mais comum.

Pastores vem se convertendo em executivos eclesiásticos, pop stars, políticos, enfim, assumem tarefas que não lhes dizem respeito, mas que fazem muito bem aos seus egos e bolsos, afinal eles também trouxeram para si a função de levantar o sustento próprio e dos seus a níveis de CEOs de multinacionais. E que as ovelhas se contentem em serem pastoreadas pelos seus pastores auxiliares, "que são tão pastores quanto ele" - santa hipocrisia, Batman! Eliminamos os intermediários entre nós e Jesus, mas para ser aconselhados pelo pastor, temos que enfrentar toda uma burocracia, pois o "homem" agora é "persona distincta".

Unknown disse...

As misericórdias do Senhor é a causa de não sermos consumidos!

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