Depois de mais de 13 horas de julgamento, o cabo William de Paula, um dos PMs acusados de matar João Roberto Soares, de 3 anos, foi absolvido por quatro votos a três no II Tribunal do Júri. Ele respondia por homicídio duplamente qualificado (com uso de arma de fogo e quando não há chance de defesa para a vítima). O policial, que também respondia pelas tentativas de homicídio da mãe, Alessandra Soares, e do irmão do menino, Vinícius Soares, foi condenado por lesão corporal leve. A pena inicial de sete meses de prisão em regime aberto foi substituída por um ano de prestação de serviços comunitários.
Pois é, sem sombra de dúvidas a impunidade se tornou marca deste país. O que aconteceu nesta madrugada no II Tribunal do Júri foi vergonhoso. A impressão que temos é que a morte de João Roberto não teve nenhuma importância para sociedade carioca. Infelizmente, na visão dos quatro jurados que votaram pela absolvição, o policial estava cumprindo seu dever.
Caro leitor, gostaria de lembrá-lo que em julho deste ano o menino João Roberto de apenas de três anos, foi duramente assassinado pela policia militar que metralhou sem o menor critério o automóvel dirigido por sua mãe. Recordo que na ocasião o Secretário estadual de segurança José Mariano Beltrame, ao falar sobre o crime cometido pelos policiais militares, admitiu o despreparo psicológico e operacional dos policiais que balearam na cabeça o menino João Roberto. Para o secretário, a ação policial foi "desastrosa". No entanto, menos de seis meses depois da trágédia, a justiça carioca absolve o policial em questão.
Ora, não tenho a menor dúvida de que vivemos um dos piores momentos de nossa história. A cada dia, a violência se multiplica a ponto de levar-nos a uma profunda inquietação, quanto ao rumo da sociedade a qual fazemos parte. Ouso afirmar que estamos vivendo um dos momentos mais obscuros dos últimos 40 anos de nossa cidade, onde assassinatos e crimes se tornaram ícones de uma sociedade decadente, pervertida e imoral. Diante do quadro que se apresenta, corremos sérios riscos de institucionalizarmos a banalização da vida, fato este, que nos leva a entender a URGÊNCIA de atacarmos veementemente a passividade que nos tem adornado.
Triste pela impunidade e chorando pelo Rio,
Renato Vargens
Por isso que acho, se tivermos pena de morte em nosso país provávelmente as vítimas serão condenadas e levadas a morte pela segunda vez, nossos tribunais estão em desiquilibrio onde se puni com rigor por uma margarina e absolve-se quem tira a vida humana.
Prezado Gilbert,
você tem toda razão. A cada dia inúmeras pessoas são levadas aos sistema prisionais brasileiros por crimes insignificantes, em contra partida, casos como o relatado no artigo, não dão em nada.
abraços,
Pr. Renato Vargens
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