Outro dia depois de pregar o evangelho numa igreja amiga, uma senhora me procurou pedindo que eu ungisse uma toalhinha a fim de que seu filho se convertesse a Cristo. Claro que eu não fiz, todavia, o pedido dessa senhora, me fez pensar em inúmeros crentes em Jesus acreditam nesse tipo de doutrina.
Pois é, um dos hábitos dos adeptos do nepentecostalismo tem sido a crendice de que objetos ungidos servem de ponto de contato para ajudar na libertação de alguém que esteja sofrendo ataques malignos, ou mesmo experimentando momentos difíceis em virtude de uma enfermidade. Nessa perspectiva, pastores tem criado saquinho com sal para libertação, pasta de figo para cura, rosas ungidas; lodo para cura de enfermidades, mel que abençoa e adocica a vida, suco de uva para pingar sete gotas em cada cômodo da casa para purificar o lar, chave que abre portas, toalhas abençoadas pelo apóstolo, além é claro, de todo tipo de óleo ungido.
Ora, os que advogam essa prática demonstram além de ignorância bíblica, desconhecimento da obra e suficiência de Cristo no Calvário, até porque, quem usa e pratica esse tipo de fé animista peca contra a verdade bíblica da eficácia da obra de Cristo na cruz. Digo mais, pastores que pregam e defendem essa heresia, permitem com que conceitos de outras crenças miscigenem a fé, transformando assim o cristianismo numa doutrina pagã, mágica e sincrética. Ademais, ao produzirem os mais variados tipos de ponto de contato, os pastores neopentecostais substituem a fé em Cristo por amuletos mágicos.
Do ponto de vista das Escrituras a doutrina do ponto de contato, fere os princípios resgatados pelos reformadores de que somos salvos por graça (sola gratia), por meio da fé (sola fide) em Jesus Cristo (sola Scriptura) para a gloria de Deus (soli Deo gloria)
Concluo ressaltando que essa prática hedionda tem sido rejeitada tantos pelos Pentecostais sérios como pelas igrejas históricas, visto contrapor-se a doutrina da suficiência de Cristo, bem como das Escrituras na vida do crente.
Concluo ressaltando que essa prática hedionda tem sido rejeitada tantos pelos Pentecostais sérios como pelas igrejas históricas, visto contrapor-se a doutrina da suficiência de Cristo, bem como das Escrituras na vida do crente.
Renato Vargens
Pastor Vargens, a toalhinha retratada na foto desse seu post menciona São Paulo em Atos dos Apóstolos, mas os pastores neopentecostais que a produziram poderiam ter sido mais claros ao citarem que lenços que o Apóstolo das Gentes usava para limpar a boca curavam as pessoas, está lá em Atos. Porque, veja, pastor, se o protestante crê na suficiência das Escrituras, logo, não pode negar a doutrina do ponto de contato, ao meu ver, até porque ainda na Escritura Santa em São Tiago os presbíteros são instruídos para usando óleo sagrado, outro ponto de contato, curarem o doente penitente.
Eu vejo, pastor Vargens, que o próprio Cristo Jesus foi um propugnador da doutrina do ponto de contato, na própria vida concreta, pessoal d'Ele, missão pública e ministério. Fora Cristo um ponto de contato entre o Deus invisível e inefável que habita em luz inacessível, como diz o mesmo santo e bem-aventurado Apóstolo Paulo, em certa parte da Bíblia. Cristo é Deus feito homem e sem derramamento de sangue não há redenção e o mesmo sangue é testemunha como diz São João em uma de suas cartas católicas e o autor de Hebreus, também diz algo semelhante. Eis Cristo, então, caro pastor Vargens um grande ponto de contato entre o Céu e a terra, por sua humanidade, o Deus humanizado, a carne como sendo o fulcro da salvação, como dizia Tertuliano de Cartago: caro salutis est cardo. Deus quis restaurar em Cristo todas as coisas fazendo uso de coisas do mundo e de um mundo com uma face sofrida, porque sequestrado pelo diabo, desde o Éden.
muitos não sofrem de ignorancia biblica, simplesmente são aproveitadores da ignorancia alheia.
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