quarta-feira, maio 06, 2015

A doutrina defendida por Marcos Feliciano e outros que "somos deuses" está correta?

Por Renato Vargens

A doutrina da "divindade humana" defendida por Benny Hinn, voltou a tona com Marcos Feliciano que afirmou que em Cristo "somos deuses".  Aliás, a frase em questão costuma ser usada pelos pregadores triunfalistas, que abraçaram os falsos ensinamentos do movimento da Confissão Positiva e da Teologia da Prosperidade.

Ora, alguém já disse que heresias sempre voltam, o que me faz efetivamente concordar com essa afirmação.

O Pastor Natanael Rinaldi do CACP, publicou um artigo extremamente interessante mostrando as raízes dessa funesta heresia, senão vejamos: 

"Os ensinos heréticos dos teólogos da prosperidade é que hoje já somos deuses: “Você é tanto uma encarnação de Deus quanto Jesus Cristo o foi. Cada homem que nasceu de Deus é uma encarnação e o Cristianismo é um milagre. O crente é uma encarnação tanto quanto o foi Jesus de Nazaré” (Kenneth Hagin, Word of Faith, dezembro de 1980, p. 14).
“Cachorros geram cachorros, gatos geram gatos e Deus gera deuses” (Kenneth Copeland, citado no livro Supercrentes, p. 50, Editora Mundo Cristo, Paulo Romeiro).
“Você não tem um deus dentro de você. Você é um deus” (Kenneth Copeland, idem, idem, p. 50)."
O meu amigo Ciro Zibordi escreveu com propriedade sobre o tema o qual reproduzo abaixo:
"A frase “Somos deuses” é uma falsificação de Salmos 82.6: “Vós sois deuses, e todos filhos do Altíssimo”. Estudando a afirmação de Asafe à luz de seus contextos imediato e remoto, vemos que ele se referiu, de modo irônico, aos magistrados injustos de sua época, os quais, embora nada soubessem e andassem em trevas, pensavam saber alguma coisa (vv. 4,5). Asafe, então, concluiu: “como homens morrereis, e como qualquer dos príncipes caireis” (v. 7). Interpretando o texto sagrado acima e outros de forma equivocada, os triunfalistas pensam que são deuses andando na terra.

Uma das suas maiores eisegeses — não as confunda com exegeses — é baseada em 2 Pedro 1.4. Falsificando essa passagem, eles dizem que somos participantes da natureza divina em sua plenitude. Mas, em 2 Pedro 1, o apóstolo não afirmou que somos deuses ou participantes de todos os atributos da divindade, e sim participantes da natureza divina quanto aos atributos comunicáveis de Deus: amor, santidade, bondade, fidelidade, etc. (vv. 5-9; cf. Gl 5.22; Cl 3.12,13).

Portanto, os pregadores triunfalistas blasfemam quando dizem: “Ser um pequeno deus não é o mesmo que ser igual ao Deus Todo-poderoso. Somos, na verdade, semelhantes a Ele. Somos deuses com 'd' minúsculo”. Na verdade, o Senhor — que não dá sua glória a ninguém (Is 42.8) — pergunta, em sua Palavra: “A quem me fareis semelhante, e com quem me igualareis, e me comparareis, para que sejamos semelhantes?” (Is 46.5). Nenhum de nós pode igualar-se ou sequer assemelhar-se a Deus!"
Isto posto, à luz das Escrituras chegamos a conclusão que o ensino em questão é antibíblico e que deve ser rejeitado pela igreja de Cristo.
Pense nisso!
Renato Vargens
Unknown disse...

Esses pastores da prosperidade torcem a palavra de Deus com uma facilidade

Cris disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

quando se diz somos deuses esta falando somos juizes, falando aqui na terra a palavra de Deus.. estudem mais um pouquinho.. veja que e deus com d minusculo..

Moises disse...

Concordo plenaente com o Paulo Costa Costa Lopes, se somos filhos de Deus, se o chamamos de Pai e se Criso nos disse que fariams os memso milagres que Ele, e Jesus dizia eu e o Pai somos um so..entao nos tbem somos um so, a diferenca e que somos deus, pois se nao formos deus Deus nao podera habitar em nos.

Brício disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Brício disse...

Será que João 10:34-36 e o Salmo 82 "provam" que Jesus é "um deus" ao invés de "O Deus" ? como interpretar esses textos ? Jesus se compara a deuses inferiores ?

Vamos a exposição dos textos..

- Versículo 34-36 e Sl.82.

"Lei" (uma referência aqui para todo o Antigo Testamento, e não apenas o Pentateuco) que os judeus tão altamente valorizavam.

O uso do termo "deuses".

Referir-se a outras pessoas que não o próprio Deus. A referência é ao Salmo 82:6, onde Deus repreendeu juízes de Israel injustos, chamando-os "deuses" (em um sentido muito menor), porque eles governaram como Seus representantes e porta-vozes (Ex 4:16; 7:1).

Os líderes judeus não poderiam contestar o fato de que os juízes foram CHAMADOS deuses, porque a Escritura não pode ser quebrada - a declaração clara e inequívoca da autoridade absoluta e infalibilidade da Bíblia. A Escritura nunca pode ser anulada ou invalidada, embora os judeus, muitas vezes tentaram (Marcos 7:13).

Uma vez que Deus CHAMOU os juízes injustos "deuses", o argumento de Jesus veio a calhar. Como poderia Seus oponentes dizerem Dele, a quem o Pai santificou e enviou ao mundo: "Você está blasfemando", porque Ele disse: "Eu sou o Filho de Deus?"

Note os versos 35,36 e perceba o sentido correto.

Se meros homens, poderiam, em algum sentido ser CHAMADOS "deuses", como poderia ser inapropriado para Jesus, Aquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, chamar-se Filho de Deus ? (v.36)

A frase "a quem O Pai santificou (lit. ‘separou’, hagiazô) e enviou ao mundo" aponta para a missão inteira de Jesus como o emissário do Pai, uma missão que culmina na cruz, ressurreição e glorificação.

A questão não é a de adicionar à evidência de sua divindade; é simplesmente uma reprovação no nível da sua reação excessiva para o uso da palavra Deus em referência a Jesus. Ele tinha provado que ele tinha direito a esse Título no sentido divino completo, como Ele iria afirmar novamente em vv. 37-38.

Eles (os Juízes) eram apenas aqueles a quem a palavra de Deus VEIO (o motivo pelo qual foram CHAMADOS deuses), Jesus era o Verbo encarnado de Deus (1:1,14,).

Esta passagem é por vezes mal interpretada como se Jesus estava simplesmente a classificar-se com os homens em geral. Ele apela para o salmo que fala de homens como "deuses", por isso corre o raciocínio, e, portanto, justifica a sua fala de si mesmo como Filho de Deus.

Dizem eles:
"Ele é "um deus" no mesmo sentido que os outros".

Más isso não está levando a sério o suficiente quanto ao que Jesus realmente diz. Ele está argumentando a partir do menor para o maior. Se a palavra de Deus poderia ser usada de pessoas que não eram mais do que os juízes, quanto mais ela poderia ser usada de um com maior dignidade, maior importância e significado do que qualquer mero juiz, O Verbo, "que o Pai santificou e enviou ao mundo".
Ele não está se colocando no mesmo nível que os homens, más definindo-se para além deles.

Jesus não está usando esse argumento para provar que ele é Deus ou o Filho de Deus, no sentido pleno proposto nesse evangelho. Nesse caso, a argumentação não teria mérito. Antes, Ele reconhece que ainda não se cogitou o ódio de seus oponentes. No calor de sua oposição ao que ouvem Jesus dizer, eles estão parcialmente certos (ele, de fato, se faz igual a Deus), parcialmente errados (esse fato não cria um Deus rival) e profundamente enganados (eles não entenderam o sentido de suas próprias Escrituras para ver como ele as cumpre, nem conheceram a Deus bem o bastante para perceber que a revelação que ele é e traz está em continuidade com a revelação de Deus já provida e é o ápice dessa revelação).

🌷 Sola Scriptura 🌷

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