terça-feira, março 27, 2012

Fui convidado para concorrer ao cargo de vereador

Por Renato Vargens


Fui convidado  a ingressar na politica do município onde resido. Quem me convidou disse o seguinte: - "pastor, o senhor deveria se candidatar a vereança de Niterói. O senhor tem um blog conhecido, tem uma boa igreja, muitos amigos e com certeza se elegeria fácil.  Por que não se filia ao partido X e concorre a um cargo público?"

Claro que recusei o convite, mesmo porque, não acredito em pastores que trocaram o santo privilégio de ser pregador do evangelho eterno por um cargo público qualquer.

Bom, antes que alguém me apedreje, não estou com isso afirmando de que o crente em Jesus não pode jamais concorrer a um cargo público. Tenho convicção de que existem pessoas vocacionadas a este tipo de serviço  as quais devem se dedicar com esmero a esta missão. No entanto, acredito que o fator preponderante a candidatura a um cargo qualquer, deve ser motivada pelo desejo de servir o povo e a nação, jamais fazendo do nome de Deus catapulta para sua projeção pessoal. Agora, se mesmo assim o pastor desejar candidatar-se, que deixe o pastorado, que não misture o santo ministério com o serviço público, que não barganhe a fé, nem tampouco confunda as ovelhas de Cristo com o gado marcado para o abate. Que não comercialize aqueles que o Senhor os confiou, nem tampouco se locuplete do nome de Deus a fim de atingir seus planos e objetivos.

Conta-se do missionário Guilherme Carey, pai das missões modernas tinha vários filhos missionários. Quando um deles, Félix, começou a pregar, Carey escreveu com satisfação em seu Diário de Vida: "Meu filho, Félix, respondeu ao chamado de pregar o evangelho". Anos mais tarde, quando esse mesmo filho aceitou o cargo de embaixador da Grã Bretanha, Carey, desiludido e angustiado, escreveu a um amigo: "Félix se rebaixou ao deixar de ser embaixador do Rei dos reis, ao tornar-se um embaixador da Grã Bretanha!" Carey tinha uma correta visão do valor que as coisas tem para Deus. E é assim também que temos de ver a suprema vocação que temos em Jesus Cristo 

O que falar então de Billy Graham que ao receber o convite para concorrer à presidência da República dos Estados Unidos da América, recusou dizendo: “Por acaso eu trocaria o Santo Ministério da Palavra de Deus por um cargo tão insignificante?”

Caro leitor, meu compromisso é com o Evangelho da Salvação Eterna. Fui chamado por Cristo para anunciar as Boas Novas do Evangelho.

Diante do exposto afirmo que nenhum cargo público por mais lícito que seja é mais sublime do que pregar o Deus da nossa Salvação.

Renato Vargens
Thiago e Teresa disse...

Glória a Deus pastor Renato que o Senhor tem essa visão. Infelizmente muitos pastores tem abandonado seu chamado para se corromper na política brasileira..È só o que vemos. E com isso a igreja perde homens de Deus sérios como o senhor.

Anônimo disse...

Entendo vc perfeitamene meu amigo. Eu, quando penso e avalio a triste atuação de nossos políticos "evangélicos", me assusto! E até confesso que já pensei em me envolver mais na vida política. Aí, como vc, pensei que tenho uma posição mais alta, hoje eu acredito que apenas a Presidencia da Republica poderia chegar mais perto da posição de "Ministro"que temos. hahahahahahaha, mas, nem assim se compara .
Fica fora disso mano, fica fora disso... Vamos orar e pedir ao Pai que Ele levante, prepare e coloque Homens de Deus na nossa suja, e corrompid política nacional.
Um abraço
sergio

Leonardo disse...

Caro Renato Vargens,
primeiro gostaria de dizer que admiro muito o seu trabalho, seus textos e seu grande esforço por difundir a fé reformada e denunciar as aberrações que vemos por aí.
Entretando, hoje estou aqui para criticar este texto, e faço isso com muito temor e tremor.
Antes de mais nada gostaria de expor meus pressupostos para não ser mal interpretado. Minha corrente de pensamento é a denominada Neocalvinismo Holandês, representada principalmente pelos autores Abraham Kuyper, Herman Dooyeweerd, Francis Shaeffer e Hans Rookmaaker. Corrente essa que não tem a ver muito a ver com o chamado novo calvinismo, representado por Driscoll, Piper, e outros, nem com o movimento de Missão Integral, apesar de alguns pontos dessas duas correntes terem alguns pontos de contato com o Neocalvinismo. A corrente que eu sigo é reformada, baseada em Calvino, com uma ênfase forte no conceito de cosmovisão.
Pois bem, apresentados os meus pressupostos, vamos ao assunto do texto. Concordo contigo na questão de muitos pastores utilizarem o ministério como trampolim para galgarem cargos políticos. Sou totalmente contra este tipo de prática, que manipula os fiéis afim de se manterem no poder, isto é lamentável.
Entretanto, o que discordo é a parte final do texto, mormente da fala Billy Graham e da sua frase final, qual seja "que nenhum cargo público por mais lícito que seja é mais sublime do que pregar o Deus da nossa Salvação." Esta fala nos remete a uma espécie de dualismo, da qual Dooyeweerd denomina de dualismo natureza/graça. Como se as coisas relacionadas a graça tivessem num patamar acima da natureza, ou como se a graça fosse um acréscimo ao mundo natural. Esta é a visão católica, mormente a de Tomás de Aquino. Este tipo de visão cria uma idéia de que os apectos relacionados a graça, como oração, cargos eclesiásticos, jejuns e etc, fossem mais importantes que os aspectos da vida, como a família, o trabalho, a política, a economia e etc. E é isso que parece transparecer na sua fala, quando afirma que o cargo de pastor é mais importante que o de um político. Eu acredito que podemos levar o Evangelho para todas as esferas da vida humana, conforme um conceito tão caro para nós reformados, que é o conceito de vocação. Não necessariamente pregando (não quero dizer com isso que a pregação não é importante), mas levando os princípios da Palavra nas nossas profissões, redimindo do pecado as áreas onde estamos, seja na arte, na ciência, na política. Por isso creio que se um sapateiro estiver fazendo o seu trabalho como se fosse para Deus, fazendo o melhor sapato e o vendendo por um preço justo, como afirma Lutero, seguindo os princípios das Escrituras, ele estará exercendo sua profissão, e o seu cargo é tão importante quanto o cargo de pastor. Como afirma Colossenses 1.20 " e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus." Logo, o escopo redentivo é muito maior do que nos salvar individualmente, mas envolve todas as coisas! Por isso a missão da Igreja corpo de Cristo é manifestar a glória de Deus em todas as áreas da existência humana, até que ele volte.
Para concluir, gostaria de fazer uma observação. Creio que a missão da igreja local é sim o evangelismo, a ministração dos sacramentos e a comunhão dos santos. Entretanto, a missão da Igreja corpo de Cristo é manifestar a glória de Deus em todas as facetas da existência humana, na arte, na política, na educação, na comunicação e etc. E a igreja local deve preparar os seus membros para esta gigante tarefa.
Tem um texto no meu blog que fala um pouco mais sobre o Neocalvinismo http://cosmovisaocalvinista.blogspot.com.br/2011/12/graca-comum-e-o-mandato-cultural-levam.html
Um grande abraço!

renato vargens disse...

Leonardo,

Muito obrigado pelo seu comentário educado.

Em hipótese alguma eu quis "dualizar" a "coisa". Entendendo perfeitamente o que escreveu e concordo com o que disse. Todavia, para mim,( o faço na perspectiva pessoal, fundamentado no meu chamado pastoral) não existe nada mais sublime do que anunciar o evangelho da salvação eterna. Isso não significa dizer que considero os que por vocação exercem funções públicas sejam inferiores àqueles que se dedicam ao ministério da Palavra.

Abraços,

Renato Vargens

Anônimo disse...

Graça e paz.
Caro Pastor Renato Vargens. Gostaria de fazer um comentário acerca do que escreveu nosso irmão Leonardo, pois ele diz:

"Este tipo de visão cria uma idéia de que os apectos relacionados a graça, como oração, cargos eclesiásticos, jejuns e etc, fossem mais importantes que os aspectos da vida, como a família, o trabalho, a política, a economia e etc."

Com todo respeito ao nosso irmão Leonardo. Veja, que este comentário em si não se sustenta. Pois, "os apectos relacionados a graça, como oração, cargos eclesiásticos, jejuns e etc", dizem respeito à vida do cristão como cristão, em sua comunhão diária e seu relacionamento pessoal com Deus. Já, os "aspectos da vida, como a família, o trabalho, a política, a economia e etc", dizem respeito à vida cotidiana de qualquer pessoa, cristã ou não. Portanto, analisando essa comparação, seria no mínimo "refutável" com poucas linhas e bom senso.
Nosso amado irmão Leonardo se equivocou, ao tentar comparar coisas completamente diferentes, justificando-se por meio/e através do Neocalvinismo. Pois ele diz: "Minha corrente de pensamento é a denominada Neocalvinismo Holandês"; " A corrente que eu sigo é reformada, baseada em Calvino, com uma ênfase forte no conceito de cosmovisão.".
Gostaria muito, que nosso irmão Leonardo tivesse dito que a corrente de pensamento dele fosse Jesus Cristo, e baseada também em Cristo e nas Escrituras. Uma vez que o próprio apóstolo Paulo diz que devemos ter a "mente de Cristo". Só assim, o irmão Leonardo poderia ter criticado este texto de maneira mais equilibrada e menos exagerada. Pois, ao dizer: "hoje estou aqui para criticar este texto, e faço isso com muito temor e tremor", deveria tê-lo feito com seu olhar mais voltado para as Escrituras, pois é isso que eu entendo, quando o pastor Renato Vargens tentou transmitir em seu texto, usando como base, um pensamento e uma linguagem cristãs. Fazendo assim uma releitura Bíblica para o nosso contexto. Portanto, política jamais terá lugar de igualdade, seja em relação a Deus, família e igreja, mesmo na graça. Vejamos uma passagem bíblica, na qual estão envolvidos, tanto os aspectos relacionados a graça e os aspectos relacionados a vida :

E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.
Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?
Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?
Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.
(Mateus 22:16-22)

Vagner ribeiro disse...

Concordo com voce, porem esprero que no futuro não faças igua ao Marcus Feliciano que, em umas de suas pregações,isusissi solopt disse que jamais se candidataria, mas depois se candidatou e foi eleito

Andre Storck disse...

Creio que essa visão é uma visão de mundo católica, Rev. Renato! A doutrina evangélica do sacerdócio universal do crente credita a todas as atividades profissionais humanas, incluindo o pastorado, são vocações divinas do mesmo grau de importância e espirtualidade.
Talvez no seu caso, voce sinta nao ser plano de Deus para sua vida um cargo público, mas isso não pode se tornar uma doutrina.
Gosto muito dos seus textos e sempre acompanho, mas achei que esse destoou muito do conjunto da obra rsrs
Abraço

Leonardo disse...

Caro Anônimo,
a sua visão que é preocupante, quando afirma que a nossa corrente tem que ser Jesus e as Escrituras. Isto é óbvio! Entretanto, meu caro, os espiritas cardecistas também afirmam isso, os neopentecostais da mesma forma! A coisa não é tão simplista assim!
Todos temos pressupostos, ou seja, uma cosmovisão, que pode alterar o modo como interpretarmos certos assuntos das Escrituras, quer tenhamos consciência da nossa cosmovisão ou não. E o seu pressuposto parece ser a perspectiva escolástica da idade média ou na melhor das hipóteses luterana, quando faz uma distinção tão abrupta entre natureza e graça, como se ambas estivessem separadas, sem nenhum ponto de contato! É o típico dualismo natureza/graça que eu disse no meu comentário anterior! A graça não é um acréscimo a natureza (visão de Tomás de Aquino), e sim a restauração da criação para aquilo que ela foi de fato criada.
Sigo a corrente calvinista, e digo isso com muito orgulho, já que esta perspectiva, assim como Neocalvinismo, partem do princípio do Sola Scriptura! E esta cosmovisão, que creio ser a que mais faz jus ao ensino das Escrituras, por propor uma interpretação e aplicação integral, tem uma perspectiva intramundana, ou seja, a esfera da graça penetra na natureza com a primeira vinda de Cristo. O Reino de Deus invade o nosso espaço temporal, por isso tem implicações no aqui e agora, até mesmo nas esferas sociais, como a política!
E com relação a este texto, o Renato explicou, de forma muito clara no comentário acima o que ele quis afirmar com o texto, de que ele, pessoalmente, como vocacionado ao ministério pastoral, não trocaria pela política.
Um abraço!

Anônimo disse...

Graça e paz, pastor Renato Vargens.
Vejo que este blog é democrático. Por isso, gostaria que o pastor, caso queira e possa, orientasse nosso irmão Leonardo, caso o conheça, pois os comentários dele são preocupantes e até certo ponto infelizes. É triste, ver que um jovem promissor, seja tão imodesto e arrogante com o que diz respeito às críticas. Ele diz:

"Sigo a corrente calvinista, e digo isso com muito orgulho..."

Lembrando ao jovem Leonardo, que o orgulho e a soberba são prejudiciais a saúde espiritual do cristão. Ao que parece, o mesmo está mais preocupado em defender sua "visão", do que a própria fé. Gostaria de deixar para meditação deste rapaz uma palavra bíblica:

"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda."
(Provérbios 16:18)

Leonardo disse...

Caro Anônimo,
é assim mesmo, quando os argumentos se esvaem muitos partem para o recurso ad hominem, como foi o seu caso. Uma pena.
Que Deus te abençoe!

Agüero disse...

Caro m Pastor Renato Vargens. Desculpe o exagero., mas tenho fascínio por homens da tua postura.,admirável. Hj em dia é muito raro encontrar verdadeiros homens de Deus compreometidos com a obra de Deus que não se corrompem e deixam se levar pelas ilusões e ofertas mundanas. Parabéns. Tenho a mais absoluta certeza que o Senhor Jeová se agrada de homens assim. Assim como o Senhor se agradou do espírito de Kalebe. Deus o abençoe! Escreví uma matéria à respeito. http://eugenioaguero.blogspot.com.br/2010/08/pastor-e-politico-ser-ou-nao-ser.html

Alex Torres Da Silva disse...

Parabéns pelo texto. Eu concordo com você pastor. É bom saber que ainda existem aqueles que não se venderam por causa da política.
Deus abençoe. Olha o meu blog www.alexcristao.blogspot.com.br

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