segunda-feira, abril 06, 2009

Essa febre preocupa!

Por Renato Vargens

A explosão evangélica no Brasil, bem como o crescimento numérico de parte dela tem sido caracterizada objetivamente pela satisfação direta de seus consumidores.

Ouso afirmar que a “livre concorrência” entre algumas destas comunidades cristãs, tem levado seus líderes a adotarem estratégias semelhantes às utilizadas por empresas de marketing que tem por objetivo final “comercializar” seus produtos no mercado. Na verdade, para estas a preferência dos fiéis determina a dinâmica dos discursos religiosos e das práticas a eles relacionados.

Como já escrevi anteriormente o Brasil nos últimos anos tem sido vitima de alguns apagões, os quais proporcionaram seriíssimos problemas a toda sociedade brasileira. No que tange ao Cristianismo, vivemos hoje um sério apagão teológico, onde os mais variados distúrbios doutrinários são observados. Unção do riso; unção do leão; unção do cachorro; unção do tombo, unção do toque do ungido; unção apostólica; unção da loucura, crentes de segunda classe; troca de anjo da guarda; arrebatamento ao 3º céu; festa dos sinais; night gospel song; sal grosso pra espantar mal olhado; maldições hereditárias; encostos; óleo ungido pra arrumar namorado; sessões do descarrego; “paipostolos”, coronelismo apostólico, música para o diabo, atos proféticos descabidos e burrificados, dentre tantas outras coisas mais, tornaram-se infelizmente marcas negativas dessa geração.

As praticas litúrgicas por parte da igreja evangélica brasileira fazem-nos por um momento pensar que regressamos aos tenebrosos dias da idade média, até porque, nesses dias, como no século XVI a mercantilização da fé, bem como as manipulações religiosas por parte de pseudo-apóstolos, se mostram presentes. Confesso que não sei aonde vamos parar.

Ao pensar nas aberrações descritas, sinto-me profundamente preocupado com os rumos da igreja brasileira. Até porque, em nome de uma espiritualidade burra, oca e egoísta, centenas de “pastores” movidos pela ganância e o poder, têm corrido desenfreadamente a procura de títulos cada mais aberrativos. Infelizmente a apostolização moderna tem feito de muitos destes, pequenos reis, os quais em cerimônias nababescas são coroados como tais.

A febre do gospel, o mercantilismo podre na vida de muitos, me enojam substancialmente. Há pouco soube por intermédio de um pastor amigo, que uma famosa cantora gospel, tinha no seu staff um travesti.

Sinceramente, não sei onde vamos parar. Sem sombra de dúvidas parte da igreja evangélica brasileira encontra-se gravemente enferma!

Confesso que não suporto mais o misticismo e dualismo promovido pelos gurus da batalha espiritual, não agüento mais ouvir as loucuras dos profetas da mentira, os quais escravizam o rebanho de Deus com heresias das mais hediondas, elaborando mapas, ungindo e urinando nos 04 cantos da cidade. Se não bastasse isso, profetas da pós-modernidade tem ensinado que Caim virou Vampiro, que estão se abrindo “portais dimensionais”, que existem lobisomens, dentre outras lendas e superstições absurdas.

Para piorar a coisa, tais práticas doutrinárias encontraram uma enorme aceitabilidade por parte da sociedade, e isto se deve ao fato de que as pessoas deste tempo, buscam desesperadamente por experiências e não a verdade.

Elas não querem pensar, querem sentir;
Não querem doutrina, desejam novidades;
Não querem estudar a Palavra, querem escutar testemunhos eletrizantes;
Não querem adorar, querem shows;
Não querem Escolas Bíblicas, querem circo;
Não querem o evangelho da cruz, desejam o evangelho dos milagres;
Não querem Deus e sim as bênçãos de Deus.

Infelizmente estamos vivendo um tempo de paganização, onde cultos se fundamentam em impressões e achismos. Na verdade, o que determina o sucesso do culto não é mais a Palavra, mas o gosto da freguesia. A igreja prega o que dá ibope, oferecendo ao povo o que ele quer ouvir. Esse evangelho híbrido anuncia Cristo juntamente com o evangelho do descarrego, da quebra de maldições, da prosperidade material e não da santificação, da libertação e dos decretos humanos.

Pois é, diante disto o que fazer?

1) Desconstruir o conceito de que vivemos em nosso país um genuíno avivamento. E para isso torna-se necessário que entendamos que:

· Avivamento não é a pregação de ênfases legalistas.
· Avivamento não é a manipulação do poder de Deus através de sensacionalismo.
· Avivamento não é a celebração de números extraordinários dos que entram pela porta da frente da Igreja.
· Avivamento não é um modismo ou uma ênfase exagerada de um determinado tópico.
· Avivamento não é colocar aquilo que chamamos de “sintologia” acima da Palavra de Deus.
· Avivamento não é uma invenção terrena e sim criação celestial.
· Avivamento não é descer a rua com um grande tambor; é subir ao Calvário em grande choro.

2) Confessar a Deus os nossos inúmeros pecados e arrepender-se do nosso comportamento hedonista e antropocêntrico.

3) Regressar a Palavra de Deus fazendo dela nossa única regra de fé e prática
Amados, acredito piamente que os conceitos pregados pelos reformadores precisam ser resgatados e proclamados a quantos pudermos. Sem sombra de dúvidas necessitamos desesperadamente de uma nova reforma, porque caso contrário corremos o sério risco de uma infecção generalizada.

Soli Deo Gloria

Renato Vargens
Anônimo disse...

Com certeza, vivemos dias em que há uma enorme necessidade de retornarmos às bases da Bíblia, não privilegiando as necessidades humanas como motivo de nossa pregação, mas trazendo a vontade de Deus para as nossas vidas, mesmo que tal vontade não satisfaça as nossas necessidades naturais.

Edson Dorna disse...

A paz do Senhor...

Como sempre assiduo neste blog...

A paz do Senhor!

Unknown disse...

Pastor amar a Deus e fazer a sua vontade não é fácil para o homem, um ser tão limitado. E é por isso que próprio Senhor nos orienta a meditarmos nas escrituras de dia e de noite a fim de que erremos cada vez menos e consequentemente alcansemos uma vida de santidade dentro dos nossos limites.
Agradeço a Deus por usa-lo nesse blog fazendo os seus leitores refletirem cada vez mais no que tem feito em suas vidas.
abraços e sole Deo glória!!!

Anônimo disse...

Caro Renato,
Precisamos continuar fazendo diferença pregando a Palavra de Deus que pode tornar a igreja doente numa igreja saudável e frutífera.

Um abraço!
Abaixo segue um texto que compartilho com você.
Pr Evaldo Rocha
PIB em seropédica -RJ
evaldo.rocha.zip.net
O avivamento trazido por Deus



O avivamento que Deus deseja trazer não pode ser autenticado pelo derramar de expressões que destacam um movimento religioso ou uma campanha qualquer, tais como: “ano de Gideão”, “ano de Ester”, “ano de Elias”, “ano de Calebe”, “unção do Leão”, “unção dos vinte e quatro anciãos”, “unção dos quatro seres viventes”, “unção do riso”, “unção da águia”, “movimento apostólico”, sem mencionar outros termos estranhos. O avivamento que Deus deseja trazer não pode ser autenticado pelo aumento de instrumentos e vozes refletidos em decibéis insuportáveis. O avivamento que Deus deseja trazer não pode ser autenticado pelo ensino de ritos e expressões de movimentos afro-brasileiros – “danças” estranhas, giros, transes, gritos e sons de animais. O avivamento que Deus deseja trazer não pode ser autenticado pelo destaque da figura do Maligno e seus asseclas. O avivamento que Deus deseja trazer não pode ser autenticado pela execução de sacrifícios estranhos ao evangelho de Cristo. O avivamento que Deus deseja trazer não pode ser autenticado pela delimitação de um lugar específico onde a bênção de Deus se manifesta com hora marcada.



O chamado “avivamento” em muitos lugares na verdade são movimentos que nada tem a ver com o verdadeiro agir de Deus. Entretanto, podemos destacar duas verdades: A primeira é que existe uma busca real por Deus por parte de muitos, que em alguns lugares, estão sendo abusados por pessoas inescrupulosas (Mt 23.1-39; II Co 11.13). A segunda é que o Inimigo tem usado seu disfarce, infiltrando-se em muitas reuniões chamadas “evangélicas” levando as pessoas a um comportamento nada saudável (II Co 11.14). Talvez seja difícil encarar tal situação em um tempo onde carecemos do manifestar legítimo da presença de Deus. Em meio a tantos movimentos estranhos ao evangelho genuíno de Cristo, não podemos deixar de pedir ao Senhor o discernimento necessário para não sermos iludidos, nem levados pelos “ventos” de ensino e heresias que são expressamente condenados pela Palavra de Deus (Gl 1.6-9; Ef 4.11-16, I Tm 4.1).



Como classificar um avivamento ou reavivamento trazido por Deus? O avivamento trazido por Deus envolve arrependimento e confissão de pecados (Oséias 14.1; Joel 1.13-14). O avivamento trazido por Deus envolve a valorização de Sua Palavra (Sl 119.9-11). O avivamento trazido por Deus envolve quebrantamento que se evidencia numa ação prática e sadia na igreja e no mundo (At 13.1-4). O avivamento trazido por Deus envolve um relacionamento mais profundo com Ele (Gl 2.20). O avivamento trazido por Deus envolve humildade diante d’Ele e do próximo (Cl 3.12). O avivamento trazido por Deus envolve um amor cada vez maior pelo perdido (I Co 9.19-21). O avivamento trazido por Deus rejeita qualquer tipo de extravagância (II Tm 2.24-26). O avivamento trazido por Deus conduz as pessoas à sobriedade (Tt 2.7-8). O avivamento trazido por Deus modifica o caráter (Gl 5.22). O avivamento trazido por Deus envolve testemunho verdadeiro (At 6.8-15). O avivamento trazido por Deus envolve vida santa na intimidade e no relacionamento com o outro. Que tipo de avivamento você tem experimentado?



O avivamento legítimo e bíblico é necessário diante da frieza espiritual, do afrouxamento doutrinário e moral, da desvalorização da Palavra de Deus e da falta de arrependimento diante do pecado. Deus traz o avivamento para nos levar para perto d’Ele e de Sua vontade. Deus traz o avivamento para amarmos mais Sua igreja. Deus traz o avivamento para buscarmos mais sua face. Deus traz o avivamento para sermos tratados por Ele de forma pessoal. Deus traz o avivamento para fazer-nos olhar para o mundo como um grande campo missionário. Peçamos urgentemente este avivamento a Deus!

Pastor Evaldo Rocha

evaldonrocha@uol.com.br

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